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Alibaba lança modelo de IA que diz ser superior ao DeepSeek

DeepSeek cria pressão nos concorrentes externos e internos no sector da Inteligência Artificial.
29 Janeiro 2025, 14h07

A retalhista chinesa Alibaba lançou um modelo de Inteligência Artificial (IA) que diz ser superior ao do DeepSeek, que tem reunido a atenção de todo o mundo nos últimos dias.

O Qwen 2.5 foi lançado no primeiro dia do Ano Novo Chinês, algo fora do comum, num momento em que a China entra em celebrações. O timing deverá estar relacionado com a pressão criada pela ascensão meteórica da DeepSeek sobre os rivais chineses, mas também sobre as grandes tecnológicas mundiais.
A companhia, fundada por Jack Ma, diz que o Qwen 2.5-Max “ultrapassa”  o GPT-40 da OpenAI, o DeepSeek-V3, e o Llama-3.1-405B da Meta, segundo a “Reuters”.
O lançamento do assistente de IA da DeepSeek deixou Silicon Valley e Wall Street em choque, com as ações das grandes tecnológicas a afundarem quase 800 mil milhões em Wall Street.
A startup chinesa alega que conseguiu desenvolver o seu modelo de linguagem numa versão low cost: 6 milhões de dólares (custo do uso de chips na fase final), valor que contrasta com os 250 mil milhões de dólares que as grandes tecnológicas norte-americanas deverão gastar este ano em infraestrutura de IA, segundo analistas.
Esta semana, também o dono do TikTok, a ByteDance, lançou uma atualização do seu modelo de IA que argumenta superar o OpenAI da Microsoft no teste AIME que mede  a resposta do modelo a instruções complexas.
Em maio, o lançamento da versão anterior, DeepSeek-V2, provocou uma guerra de preços na China – por ser open-source e ser mais barato 1 yuan (0,13 euros) por um milhão de tokens (unidades de dados processados pelo modelo IA) –  com a Alibaba a anunciar cortes nos preços até 97% na sua gama de modelos.
Mas há mais companhias chinesas no mercado, como a Baidu, que lançou o seu primeiro modelo em março de 2023, e a Tencent, a companhia chinesa de internet mais valiosa.
O fundador Liang Wenfeng, descrito como “enigmático” pela “Reuters”, disse, numa entrevista rara em julho, que o seu principal objetivo era atingir a AGI (inteligência artificial geral) e não uma guerra de preços.
“Os grandes modelos fundacionais requerem inovação contínua, e as capacidades dos gigantes tecnológicos têm os seus limites”, disse Liang Wenfeng, em entrevista à publicação chinesa “Waves”.
A AGI é a IA polémica: sistemas autónomos que podem ultrapassar os humanos em diversas tarefas.

A DeepSeek conta com um laboratório de investigação, com jovens especialistas e estudantes de doutoramento de universidades chinesas de topo, em contraste com os grandes departamentos de investigação das maiores tecnológicas chinesas e norte-americanas.

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