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China, EUA e Brexit voltam a marcar a semana

No mercado português, os resultados da Corticeira Amorim, EDP Renováveis e Jerónimo Martins foram bem acolhidos pelos investidores.
1 Março 2019, 08h30

Nesta semana o principal índice de ações da China continental passou a representar o melhor desempenho no acumulado deste ano com uma variação positiva de 22% (variação em Yuan ou +26% em Euro), contrastando com o pior desempenho de 2018 em que registou uma desvalorização acumulada de -28%. Isto pode traduzir alguma eficácia das politicas de estabilização que tem implementado desde meados do ano passado e a possibilidade das empresas que se encontram no segmento passarem a integrar o índice MSCI EM (Morgan Stanley Composite Index Emerging Markets). Apesar de se manter o conflito com os EUA para gerir o excedente comercial, muito provavelmente com um novo adiamento, o consumo interno mantém-se muito relevante para a evolução do comércio internacional e muito além das vendas de carros fabricados na Europa, EUA, Coreia e Japão.

Na península coreana mantêm-se as mesmas incertezas com a reunião de líderes políticos da Coreia do Norte e dos EUA a não evoluírem para qualquer novo cenário, a que poderá não ser alheia ligação ao tema da gestão do tema do excedente comercial da China. Daqui fica a dúvida se o presidente Trump poderá já avançar ou terá possibilidade de gerir o segundo maior excedente dos EUA com o bloco da União Europeia.

No processo do Brexit continua por definir o que na realidade a Inglaterra pretende de facto com a Europa, a admitir múltiplos cenários em que o adiamento para o verão possa ser uma realidade. Com a oposição a ponderar o cenário de novo referendo em que coloca as opções da reversão do processo (como se fosse possível), e o que se pode discutir com a União Europeia, a procura pela sua divisa e ativos financeiros estará mais condicionada pela eliminação da incerteza.

Com a inflação muito abaixo das referências dos bancos centrais e com as taxas de juro implícitas às dívidas soberanas em valores muito reduzidos na Europa, este segundo mês do ano representará novamente valorizações para a maioria dos índices, apesar de serem agora menores que janeiro, excepto na China. Nos activos de risco, o setor tecnológico voltou a registar as maiores valorizações neste mês em que os principais construtores de terminais móveis chinês e sul coreano apresentaram as propostas para o protocolo 5G e em modelo dobrável (foldable foi o termo escolhido pelo marketing).

No PSI20 os resultados da Corticeira Amorim, EDP Renováveis e Jerónimo Martins foram bem acolhidos pelos investidores, que registam positivamente a possibilidade destas empresas continuarem a gerar um crescimento virtuoso apesar do potencial cenário de estagnação do crescimento económico.

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