A direção do grupo parlamentar do PSD ainda não teve conhecimento da acusação do processo “Tutti frutti” nem falou com os deputados envolvidos, pelo que não fará, para já, comentários, disse à Lusa fonte da bancada.
O Ministério Público deduziu acusação contra 60 arguidos no âmbito do processo ‘Tutti Frutti’ por crimes de corrupção, prevaricação, branqueamento e tráfico de influência.
De acordo com a acusação, a que a agência Lusa teve acesso, entre os 60 arguidos estão pelo menos dois deputados do PSD, o presidente da Junta de Freguesia da Estrela, Luís Newton, e Carlos Eduardo Reis. Pelo contrário, o Ministério Público não acusou o ex-ministro Duarte Cordeiro, nem o ex-presidente da Câmara de Lisboa Fernando Medina, ambos do PS.
Fonte da bancada do PSD disse à Lusa que a direção do grupo parlamentar do PSD “ainda não tem conhecimento da acusação e não falou com os deputados”, razão pela qual não fará, para já, qualquer comentário.
Contactado pela Lusa também o deputado Luís Newton se escusou, para já, a fazer qualquer comentário ao processo.
“Tenho notícia, através dos órgãos de comunicação social, de que sou acusado pelo Ministério Público. No entanto, por ainda não ter tido acesso à acusação, não estou em condições de comentar o que ainda não conheço”, referiu, numa mensagem escrita.
A operação denominada ‘Tutti Frutti’ investigou desde 2018 alegados favorecimentos a militantes do PS e do PSD, através de avenças e contratos públicos, estando em causa suspeitas de corrupção passiva, tráfico de influência, participação económica em negócio e financiamento proibido.
Em maio de 2023, quando o caso voltou a ser noticiado, o presidente do PSD, Luís Montenegro, então na oposição, ordenou um inquérito interno para apurar as suspeitas lançadas pela “Operação Tutti frutti”.
“A Comissão Permanente decidiu, sob proposta do presidente, solicitar ao Conselho de Jurisdição a abertura de um inquérito de processo de sindicância interna sobre os termos em que foram escolhidos os candidatos autárquicos em Lisboa em 2017”, anunciou então Luís Montenegro.
As conclusões deste inquérito interno, conduzido pelo agora secretário-geral do Governo Carlos Costa Neves e depois entregues ao órgão jurisdicional do PSD, nunca foram tornadas públicas mas, à CNN e ao Público em janeiro deste ano, o líder parlamentar e secretário-geral do PSD, Hugo Soares, disse que o mesmo não detetou irregularidades graves que justificassem sanções disciplinares.
Em junho do ano passado, o parlamento aprovou o pedido do Ministério Público de levantamento da imunidade parlamentar aos deputados sociais-democratas Luís Newton, Carlos Eduardo Reis e Margarida Saavedra para serem ouvidos na qualidade de arguidos no âmbito do processo “Tutti-Frutti”.
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