O aumento das taxas aeroportuários pode reduzir a capacidade do aeroporto de Lisboa atrair companhias aéreas e pode, por isso, custar passageiros?
A evolução das taxas aeroportuárias prevista no relatório inicial representa um aumento total inferior a dez euros [8,5 euros] por passageiro até 2030, isto é, 1,7 euros por ano a mais por passageiro/voo [mais ajustamento via inflação]. É disto que estamos a falar e que vai permitir não haver financiamento público para pagar o custo de 8,5 mil milhões de euros na construção da maior infraestrutura portuguesa da era moderna, que terá cinco vezes a área do Aeroporto Humberto Delgado, implicará a movimentação de mais de 40 milhões de metros cúbicos de terra, a utilização de estruturas metálicas equivalentes a seis Torre Eiffel, dando lugar a um aeroporto com duas pistas, 120 stands de um terminal de cerca de 600 mil metros quadrados. Pela sua transparência, as taxas aeroportuárias são alvo de um elevado escrutínio e de debate públicos. Há outros fatores que impactam mais as estimativas de tráfego do que o valor das taxas. Estamos a falar do custo das medidas relacionadas com a regulamentação ambiental europeia (o pacote Fit for 55), que impõe às companhias a crescente utilização de combustíveis sustentáveis, cujo custo é atualmente três vezes mais elevado do que o do Jet-A1, e a obrigação de compensações por emissões de CO2 (créditos de carbono). A estes fatores, acresce ainda o custo adicional da viagem (dinheiro e tempo) que decorre da deslocação dos passageiros a um aeroporto mais afastado. Este último custo pode atingir dezenas de euros, isto é, várias vezes a evolução das taxas propostas pela ANA.
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