O antigo candidato à liderança do PS José Luís Carneiro considerou hoje importante que haja uma candidatura presidencial única apoiada pelos socialistas, defendendo que aqueles que têm vontade de avançar devem dar “um passo em frente”.
À saída da Comissão Nacional do PS, em Setúbal, que se reuniu para discutir as eleições presidenciais, José Luís Carneiro adiantou aos jornalistas as ideias que defendeu nesta reunião do órgão máximo entre congressos.
“Sublinhei a importância de conhecermos no plano político aquilo que defendem os que querem ser candidatos no espaço do centro-esquerda, ou seja, já há um candidato do centro-direita e é muito importante termos um candidato único do espaço do centro-esquerda que venha a ser apoiado pelo Partido Socialista”, apontou.
Se é importante haver “um candidato único” apoiado pelo PS, para o antigo ministro “também é muito relevante” que se conheça “o pensamento político em matérias tão decisivas” como aquelas que é preciso enfrentar em termos nacionais e internacionais.
“O partido está a fazer aquilo que tem que fazer, a ouvir os seus militantes, parece-me bem, mas há uma questão que é fundamental, que é do império da vontade”, acrescentou.
Para José Luís Carneiro “é preciso que aqueles que têm essa vontade deem um passo em frente e digam que querem mesmo ser candidatos à Presidência da República e, a partir daí, o Partido avaliar quem deve apoiar”.
“Se houver o apoio do Partido Socialista a uma das candidaturas, à luz dos inquéritos de opinião que são conhecidos, há condições para o candidato do centro-esquerda passar à segunda volta. Passando à segunda volta, tem condições para agregar não apenas votos à nossa esquerda, mas também votos no nosso centro-direita e, portanto, ganhar as eleições, que é esse o objetivo”, justificou.
Sobre o nome que apoiaria entre os dois putativos candidatos presidenciais que têm estado em cima da mesa na área do PS, António José Seguro e António Vitorino, o dirigente socialista escusou-se a pronunciar-se considerando que isso iria limitar quer “o espaço próprio de quem quer ser candidato” quer “o espaço da direção do Partido Socialista”.
Segundo o antigo opositor de Pedro Nuno Santos nas últimas eleições internas, “é muito importante que os militantes sejam ouvidos em sede própria”, que é a Comissão Nacional.
“Dar conta de que não estava de acordo com a proposta do Daniel Adrião, na medida em que significaria fazer uma colagem excessiva daquela que é uma candidatura unipessoal à Presidência da República e fazê-la ao Partido Socialista, o que poderia tender para diminuir o alcance estratégico da própria candidatura”, acrescentou ainda.
Daniel Adrião, juntamente com outros membros da Comissão Nacional, tinha apresentado uma proposta de deliberação para que fosse realizada uma consulta à base social de apoio do PS sobre o candidato a apoiar pelo PS nas eleições presidenciais do próximo ano.
No entanto, o antigo candidato à liderança do PS retirou esta proposta – que não foi a votação – e transformou-a numa resolução.
“A proposta foi transformada em recomendação. Uma recomendação para que a decisão seja o mais participada e alargada possível”, explicou aos jornalistas, defendendo uma “ampla discussão que também possa impactar nas bases do PS”.
Para Daniel Adrião foi feita uma “terapia de grupo” importante nesta reunião sobre o tema presidencial.
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