O Grupo Super Bock Group, o maior de bebidas em Portugal, anunciou um investimento no Roteiro de Descarbonização, que inclui também ações de restauro ecológico e promoção da biodiversidade, que ultrapassa os 80 milhões de euros e que será concretizado nesta década, contando com uma pequena percentagem via candidaturas ao PRR.
O anúncio foi feito sexta-feira pelo CEO, Rui Lopes Ferreira, numa cerimónia conjunta com a Greenvolt, que contou com as presenças do Ministro da Economia, Pedro Reis, do Secretário de Estado do Ambiente, Emídio Sousa, e do Presidente do Conselho de Administração do Super Bock Group, Manuel Violas.
O grupo conhecido pela cerveja da marca Super Bock anuncia que vai criar cinco unidades de produção para autoconsumo e comunidades de energia e prevê atingir neutralidade carbónica nas suas fábricas até 2030.
O grupo revela está a modernizar as suas infraestruturas e sistemas para tornar os processos mais eficientes e sustentáveis, com foco nos consumos de energia, água e materiais de embalagem.
Para o CEO do Super Bock Group, Rui Lopes Ferreira, “este é um plano de investimentos claro e muito bem sustentado, que continua a mostrar o nosso compromisso com a sustentabilidade e foi definido após uma rigorosa avaliação da pegada de carbono e hídrica do Grupo, por isso, priorizamos projetos pluridimensionais que seguem a hierarquia de mitigação”.
“Pôs na nossa trajetória vários parceiros que, pelo seu profundo conhecimento, possibilitam que adotemos as melhores práticas para descarbonizar a nossa operação, fazer uso das energias verdes e de comunidades de energia, mas também realizar projetos únicos de restauro ecológico e de promoção da biodiversidade” acrescenta Rui Lopes Ferreira.
A Super Bock, diz que “evitar, minimizar, restaurar e compensar estão na base do compromisso da neutralidade nas fábricas até 2030”.
Com a execução deste roteiro, o Grupo prevê, até 2030, atingir a neutralidade carbónica “nas emissões diretas (scope 1 e scope 2) em todas as suas unidades, nomeadamente em Leça do Balio onde se situa a sua fábrica de cervejas que já é best in class nos domínios da eficiência energética, de qualidade e serviço”.
O Super Bock Group está a incentivar o uso de energias renováveis, nomeadamente ao instalar caldeiras de biomassa e painéis solares fotovoltaicos em cinco unidades, que vão produzir energia para autoconsumo e criar Comunidades de Energia, em parceria com o Grupo Greenvolt, através da Greenvolt Comunidades.
O grupo está também a substituir o gás natural como fonte de energia e a reduzir resíduos, levando à diminuição de emissões de GEE do Grupo.
“Depois, até 2050, o caminho passará pela redução das emissões provenientes de toda a cadeia de valor (scope 3), tendo o Grupo já avançado com o processo de submissão à SBTi – Science Based Target Initiative para definição do plano estratégico de descarbonização tendo este foco. Este é o maior desafio deste roteiro de descarbonização uma vez que 89% das emissões são indiretas (ocorrem na cadeia de valor), com foco especial nas embalagens, nos equipamentos de frio e agricultura”, acrescenta a empresa.
A empresa anuncia que se juntam a este Roteiro de Descarbonização, dois grandes projetos de restauro ecológico e manutenção de recursos hídricos em terrenos detidos pelo Grupo, em Pedras Salgadas e Matosinhos, que, entre os vários contributos ambientais, sociais e económicos, permitem também o sequestro de carbono, nos quais conta com o apoio de entidades como a ANP|WWF, a Verde – Associação para a Conservação Integrada da Natureza ou, globalmente, a Negrilho, consultora em Ambiente.
É ainda em Matosinhos, onde o Grupo que tem Manuel Violas como Chairman está sediado, que o Super Bock Group tem um protocolo de colaboração com a Associação Corredor Rio Leça, que promove a recuperação e restauro dos 48km do rio Leça (da nascente até à foz).
“O Roteiro de Descarbonização é um programa ambicioso, focado no futuro, que permite mobilizar esforços, encontrar os recursos e as soluções inovadoras necessárias para transformar o Super Bock Group numa empresa cada vez mais eficiente, competitiva e de dimensão internacional, que preserva o capital natural”, destaca o grupo cervejeiro.
Ao mesmo tempo que cria valor a longo prazo, apoia a descarbonização do setor industrial e empresarial em Portugal, contribuindo para a transição da economia nacional, que se quer mais circular e sustentável.
Cinco Unidades de Produção para Autoconsumo e Comunidades de Energia
Este é um dos maiores projetos de implementação de energia solar numa cervejeira, e conta com o apoio da Greenvolt Comunidades para ajudar o Super Bock Group a ter acesso à sua própria energia renovável, com a possibilidade de partilhar o excedente energético com mais de 1.500 famílias nas comunidades envolventes, num raio de 4 kms, após a conclusão deste investimento.
O grupo prevê que até 2026, este projeto pioneiro que ainda não esta terminado, vai beneficiar de mais de 15.000 painéis fotovoltaicos, em função dos licenciamentos atribuídos, chegará a mais de 8.000 MWp de capacidade instalada e evitará a emissão de mais de 3.000 toneladas de CO2/ano.
Os painéis solares estão a ser distribuídos por cinco unidades do Super Bock Group, designadamente na sede em Matosinhos (Leça do Balio), em Santarém e nos Centros de Produção de águas minerais naturais em Pedras Salgadas, Castelo de Vide e Ladeira de Envendos, onde já existe uma comunidade ativa e a partilhar energia.
Gestão eficiente e sustentável da água na operação do Super Bock Group
Atendendo a que o seu principal negócio são as bebidas, que têm na composição mais de 90% de água e que a utilização deste recurso é de grande relevância em toda a operação, o seu consumo responsável e consciente é de elevada importância para o Super Bock Group. Pelo que o grupo elege como prioridade trabalhar a redução de consumo de água “com a adoção de tecnologias mais eficientes, otimizar a sua utilização e implementar sistemas de reaproveitamento de água em circuito fechado são os três objetivos estratégicos para as áreas de produção, integrados no plano em curso”.
Em resultado, o Super Bock Group chega a 2025 a utilizar apenas 2,8 litros de água por litro de bebida produzida, ao contrário dos mais de 10 litros que usava nos anos 90. O objetivo estabelecido é atingir os 2,2 litros de água por litro de bebida produzida, até 2030.
Por outro lado, o grupo tem projetos de restauro ecológico e promoção da biodiversidade. Os dois projetos locais de restauro ecológico e reflorestação que o Super Bock Group está a levar a cabo em terrenos contíguos ao Pedras Salgadas Spa & Nature Park e à sua fábrica de cerveja em Leça do Balio (Quinta da Sabina) irão contribuir para “compensar o consumo de água e as emissões de carbono, ajudando a mitigar o impacto da sua atividade e a preservar o Ambiente”. A Super Bock diz que “ambos visam a regeneração original destes ecossistemas naturais, com objetivos claros de reter e melhorar a qualidade da água, mas também do solo, do ar e da biodiversidade a longo prazo”.
O projeto em Pedras Salgadas, em parceria com a ANP|WWF, está a expandir o atual espaço arbóreo do Parque termal de 20 para os 26,3 hectares, numa lógica agroflorestal para recuperação dos solos e aumento da capacidade de retenção de água em 23m3/ano e permitir o sequestro de CO2, entre 25 e 69 toneladas/ano, revela a empresa.
Com o mesmo objetivo acontece a intervenção em Leça do Balio. “O restauro das funções ecológicas da Quinta da Sabina, num terreno com 1,8 hectares, conta com o apoio da Verde Associação para, entre outras medidas, apoiar a proteção das águas subterrâneas, criar microhabitats para a biodiversidade e permitir o sequestro de CO2, até 22 toneladas/ano”, segundo a Superbock. Este projeto valoriza também o ecossistema do vizinho Rio Leça, acrescenta.
O Roteiro de Descarbonização decorre da estratégia do Super Bock Group “4 Authentic Tomorrow”, baseada nos pilares ESG [Environmental, Social and Governance] e representativa do compromisso com a sustentabilidade, e que rege todo o negócio. “É uma estratégia focada em quatro bandeiras ‘Menos Água’, ‘Menos Carbono’, ‘Mais Consumo Responsável’ e ‘Mais Pessoas e Comunidade’, numa estreita relação com os ODS das Nações Unidas, e visam apoiar todas as áreas do negócio a gerar impacto positivo”, conclui a empresa.
O Grupo Super Bock, para além da cereja com o mesmo nome, tem a Carlsberg, as águas Vidago, Vitalis e a célebre Pedras Salgadas.
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