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Ministros da UE reunidos de emergência para debater relações comerciais com EUA

O anúncio de tarifas norte-americanas sobre o aço e alumínio, incluindo oriundas da UE, não passará sem resposta europeia, garantiram vários líderes do bloco na terça-feira, que se reuniram de emergência para debater a relação com a maior economia do mundo.
12 Fevereiro 2025, 16h04

Os representantes europeus responsáveis pelas pastas do comércio externo estão reunidos de emergência para discutir as relações económicas com os EUA, o tema quente da semana depois do anúncio do presidente norte-americano de tarifas sobre o aço e alumínio que afetarão a indústria europeia.

O encontro ocorre de forma virtual e arrancou às 15 horas de Lisboa (mais uma em Bruxelas), com ponto único na agenda: as “relações comerciais UE-EUA”. Portugal está representado pelo secretário de Estado da Economia, João Rui Ferreira, numa reunião que visa uma “troca de ideias” entre os representantes dos vários Estados-membros do bloco europeu.

Antes da reunião, o Ministério alemão da Economia, liderado por Robert Habeck, sublinhou a necessidade de manter a via de comunicação com os EUA aberta, de forma a negociar uma solução que evite a imposição destas barreiras ao comércio livre. A Reuters cita ainda um responsável político europeu, embora mantendo o anonimato, pedindo “cabeça fria” neste momento de tensão.

Recorde-se que a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, garantiu esta terça-feira uma resposta “adequada” ao que dizem ser medidas “injustificadas” vindas de Washington, que anunciou nova leva de barreiras ao comércio livre este fim-de-semana. Em concreto, a Casa Branca decidiu impor tarifas de 25% às importações de aço e alumínio, incluindo vindas do espaço europeu, uma política vista como injusta pelos representantes europeus.

António Costa, presidente do Conselho Europeu, reforçou a posição manifestada horas antes pela Comissão, sublinhando que apoia “plenamente” a decisão europeia de retaliar as tarifas “injustificadas” impostas pelos EUA ao alumínio e aço. Costa garantiu ainda um bloco “unido na defesa dos interesses das suas empresas, trabalhadores e cidadãos”.

Também Maroš Šefčovič, comissário encarregue da pasta do comércio, criticou a decisão norte-americana, classificando as taxas aduaneiras como “contraproducentes”. Para o representante da Comissão, “não há justificação” para a sua imposição, que “é prejudicial para as empresas e pior para os consumidores”, quem acaba por pagar a fatura.

Ainda assim, o comissário contactou os seus homólogos norte-americanos antes da reunião desta quarta-feira no seio da UE, sinalizando a vontade e preferência europeia pelo diálogo, por oposição ao conflito. “A cooperação é a nossa opção preferencial”, afirmou o assessor de Šefčovič esta quarta-feira, revelando que ambas as partes já concordaram em reunir brevemente.

Uma das possibilidades de resposta europeia passa por descongelar as medidas retaliatórias desenhadas em 2018, aquando do primeiro capítulo da guerra comercial desencadeada por Trump, entretanto suspensas em 2021. Na altura, a UE optou por tarifas produto-a-produto numa série de bens politicamente relevantes como importações agrícolas, marcas norte-americanas como a Levi’s ou Harley Davidson e, claro, sobre o aço e o alumínio.

[notícia atualizada às 17h32 para incluir penúltimo parágrafo]

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