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25 anos de literatura pulsante no Correntes D’Escritas

A partir de sábado, 15 de fevereiro, na Póvoa do Varzim, há Correntes d’Escritas, um festival literário que assinala os 500 anos do nascimento de Camões e presta homenagem à escritora Maria Teresa Horta.
Foto: DR
14 Fevereiro 2025, 20h17

A Póvoa de Varzim prepara-se para receber entre os dias 15 e 22 de Fevereiro, a 26ª edição do Correntes d’Escritas, reunindo uma centena de escritores, 30 deles estreantes, para celebrar um quarto de século de promoção do livro e da literatura nas línguas ibéricas.

Na primeira edição, em 2000, esteve em destaque Eça de Queirós, nascido na Póvoa de Varzim, assim como o Atlântico como estrada cultural, a África e a América do Sul e a cidade espanhola de Gijón. Em 2025, o Correntes d’Escritas assinala o legado de Luís de Camões e Camilo Castelo Branco, e presta, também, homenagem à poetisa Maria Teresa Horta, que além de ser uma presença marcante no Correntes, venceu o Prémio Literário Casino da Póvoa em 2021.

Além disso, o festival propõe-se, nesta edição, a cruzar a literatura com as artes plásticas, com exposições de Alfredo Cunha, Daniel Mordzinski e Olga Santos, e outras dedicadas a Camilo Castelo Branco, nos 200 anos do seu nascimento, e Luísa Dacosta. E, também, pelo folclore, com o projeto ReViraVerso, que procura interpretar velhos temas com novas palavras furtadas à poesia contemporânea.

Para os habitués do Correntes, a maior novidade talvez seja o mote das mesas de escritores, que este ano trocam versos ou frases de escritores por pinturas que marcaram a História da Arte. Por isso, prepare-se para boas conversas em torno de pintores tão díspares como Edvard Munch, Hieronymus Bosch, Júlio Pomar, Paula Rego ou Frida Kahlo.

A conferência de abertura do festival que se realiza na Póvoa de Varzim de 15 e 22 de fevereiro vai ser proferida pelo escritor e catedrático emérito do King’s College de Londres, Hélder Macedo, numa intervenção intitulada Luís de Camões: conhecer não ter conhecimento, numa evocação dos 500 anos do nascimento de Camões. Onésimo Teotónio Almeida, único totalista das 26 edições, será homenageado na revista deste encontro de escritores, de seu nome “Correntes D’Escritas”, com textos de amigos, estudiosos e leitores.

Entre os 100 convidados europeus, africanos e sul-americanos que partilham as línguas portuguesa e espanhola – e, este ano, também a galega –, estarão o Prémio Camões Germano Almeida, o Prémio Oceanos Gonçalo M. Tavares, que também integra os Prémios Saramago, aqui representados por Francisco Mota Saraiva, João Tordo, Rafael Gallo e Ondjaki, a que se juntarão o Prémio Leya José Carlos Barros ou o Prémio União Europeia para a Literatura Afonso Cruz, entre outros premiados.

No programa da 26ª edição estão previstos 30 lançamentos de livros, ou não fosse o Correntes uma ‘espécie’ de arranque editorial do ano. No cardápio figuram obras como Escrevo por Vingança à Morte, de Cláudia Lucas Chéu; Ódio, de José Manuel Fajardo; Três Mulheres na Cidade, de Lara Moreno, Contos Suicidas, de Fernando Pinto do Amaral, e Cartografia, de Minês Castanheira e Raquel Patriarca, entre outros, a somar à estreia literária da cantautora Luísa Sobral. Depois de um livro infantil, vê agora publicado o primeiro romance, Nem Todas as Árvores Morrem de Pé, passado na Alemanha dividida do pós-guerra.

Em anos ímpares, o Prémio Literário Casino da Póvoa, o maior galardão associado ao Correntes D’Escritas, é dedicado à poesia. A decisão caberá, este ano, ao júri composto por Ana Paula Tavares, João Gobern, Margarida Ferra, Maria de Lurdes Sampaio e Ricardo Marques, responsáveis pela seleção dos 11 livros finalistas, da autoria de Adília Lopes, Andreia C. Faria, Bernardo Pinto de Almeida, Eucanaã Ferraz, João Luís Barreto Guimarães, João Melo, Jorge Gomes Miranda, Luísa Freire, Nuno Júdice, Paulo Tavares e Ricardo Gil Soeiro.

Pelo Correntes d’Escritas já passaram autores estrangeiros como Luis Sepúlveda (Chile), Luís Fernando Veríssimo, Tabajara Ruas e Assis Brasil (Brasil), Antonio Sarabia (México), Ondjaki (Angola), Mia Couto (Moçambique), Leonardo Padura (Cuba), Horacio Vázquez-Rial e Rosa Montero (Espanha), Mario Mendoza (Colômbia) e os portugueses Dulce Maria Cardoso, Fátima Pombo, Luísa Dacosta, Agustina Bessa-Luís, José Luís Peixoto, Urbano Tavares Rodrigues, Mário Cláudio, Nuno Júdice, Lídia Jorge, entre outros.

Consulte aqui o programa completo desta 26ª edição do Correntes d’Escritas.

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