A FlixBus encontra-se em negociações para adquirir os serviços de longa distância Eurolines e Isilines do Grupo Transdev.
Os serviços de autocarros de longa distância da Eurolines e da Isilines à FlixBus poderão ser vendidos pela Transdev à FlixBus “numa ação de interesse estratégico para ambas”.
Os “sindicatos e conselhos de trabalhadores devem ser consultados antes de a intenção de compra e venda ser finalizada”, destaca um comunicado da FlixBus, que, desta forma, reforça a aposta na oferta de viagens mais completas e convenientes aos passageiros de toda a Europa”.
“Os provedores de mobilidade internacional FlixBus e Grupo Transdev estão a iniciar negociações exclusivas sobre a compra dos serviços de autocarro de longa distância por parte da Eurolines à FlixBus. Ambas as partes iniciarão consultas aos respectivos conselhos de trabalhadores a propósito do negócio”, adianta o referido comunicado.
De acordo com esse documento, “atualmente, a Eurolines tem negócios operacionais em França, Holanda, Bélgica, República Checa e Espanha, com uma rede de autocarros que abrange mais de 25 países”.
A Eurolines também opera sob a marca Isilines no mercado doméstico francês.
Mais que a frota, o interesse da FlixBus na Eurolines e na Isilines passa pelo controlo das licenças de trajetos de viagens de expresso nos diversos mercados europeus em questão.
“Esta aquisição fortaleceria a nossa posição enquanto líder de mercado em França e permitir-nos-ia expandir ainda mais nosso serviço na Europa, integrando as redes de rotas de longa distância da Eurolines e das Isilines. Com essa integração, a FlixBus teria uma oferta ainda mais completa e diversificada para atrair ainda mais passageiros. Queremos ser a escolha número um para viajantes em toda a Europa”, assume Pablo Pastega, director geral da FlixBus em Espanha e Portugal.
Por seu turno, Thierry Mallet, CEO do Grupo Transdev, refere que “a decisão de entrar em negociações exclusivas com a FlixBus, em relação ao potencial desinvestimento da Eurolines, está alinhada com o plano estratégico da Transdev”.
“Tal permitir-nos-ia concentrar os nossos recursos no núcleo central do nosso negócio, ou seja, transporte público e serviços de transporte B2B, combinando desempenho com os melhores custos, inovação tecnológica e digital, deliberadamente para melhorar a experiência do cliente”, adianta o mesmo responsável.
Para a FlixBus, a integração das redes dos dois grupos vai preparar o negócio nos próximos anos.
“Desde que entrou no mercado alemão, em 2013, e no mercado francês dois anos depois, a FlixBus provou que é possível aumentar significativamente a qualidade e ser rentável nesta indústria altamente competitiva. Só no ano passado, a quantidade de conexões e passageiros diários da FlixBus cresceu mais de 40%, quer em França, quer a nível global”, assinala o referido comunicado.
Segundo a FlixBus, ao longo dos últimos seis anos, a empresa “revolucionou a forma como as pessoas viajam na Europa, oferecendo um serviço de excelência a um preço imbatível”.
“Desde a reserva totalmente digital e localização GPS, ao minuto, dos seus autocarros, até à operacionalização de melhores condições de viagem como o espaço extra para as pernas ou a existência de ‘wi-fi’ de qualidade. Atualmente, as viagens de longa distância em autocarro são uma alternativa atraente às viagens de carro, de comboio ou de avião”, garante a empresa.
A propósito do potencial negócio, Pablo Pastega defende que “nós temos muito respeito pelo que a Transdev construiu nos últimos 20 anos com a Eurolines”.
“Com a mentalidade inovadora que a FlixBus traz para a mesa, estaremos prontos para os próximos 20 anos. Ao fundir os nossos serviços, poderemos oferecer às pessoas opções de viagem mais completas e convenientes em toda a Europa. Embora haja grandes planos para expansões em novos mercados, ainda cresceremos nos nossos mercados atuais. A aquisição da Eurolines fortaleceria a nossa rede europeia e complementaria o crescimento orgânico nos principais mercados europeus”, prevê o mesmo responsável.
A FlixBus como uma ‘startup’ e agora já se apresenta como uma líder global e líder de mercado no transporte rodoviário de passageiros em França
“Em 2018, a FlixBus transportou 45 milhões de passageiros em toda a Europa e nos EUA. Como uma combinação de ‘startup’ tecnológica, plataforma de ‘e-commerce’ e empresa de transporte de longas distâncias, a FlixBus estabeleceu uma rede que abrange mais de 29 países. Este ano, a FlixBus planeia levar os seus serviços para a Rússia e expandir-se nos EUA, onde já opera na Califórnia”, adianta o referido comunicado.
Em Portugal a FlixBus oferece 17 ligações internacionais de Portugal a mais de 230 destinos de Espanha e França, tendo paragens em Guimarães, Porto, Viseu, Braga, Aveiro, Coimbra, Lisboa, Setúbal, Évora, Guarda e Faro (aeroporto).
Recorde-se que a FlixBus estabeleceu recentemente uma parceria com uma PME portuguesa, a Ovnitur, de Ponte de Lima, e disponibiliza no mercado português mais de 230 ligações internacionais para vários destinos em Espanha e França.
“A partir de Portugal, a FlixBus já oferece conexões de 11 cidades para a sua rede internacional de destinos em 29 países europeus. Os bilhetes, com preços a partir de 6,99 euros, podem ser comprados ‘online’ no ‘site’ da empresa, através de uma aplicação para telemóvel, no próprio autocarro e, também em mais de 30 lojas e agências de viagens em Portugal”, acrescenta o comunicado da empresa.
Uma empresa participada, “a FlixMobility é uma jovem operadora de mobilidade que oferece novas alternativas para viagens confortáveis, económicas e ecológicas através das marcas FlixBus e FlixTrain”.
“Graças a um modelo de negócios único e tecnologia inovadora, a ‘startup’ desenvolveu rapidamente a maior rede de transportes de autocarro de longa distância da Europa e lançou os primeiros comboios verdes de longa distância em 2018. Desde 2013, a FlixMobility mudou a forma de viajar de milhões de pessoas na Europa e criou milhares de novos empregos no setor de mobilidade”.
Por sua vez, a Transdev empregava 82.000 funcionários em 20 países em 2017, tendo alcançado receitas totais de 6,6 mil milhões de euros nesse ano.
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