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“A Grécia mata os seus filhos”: Protestos reuniram mais de 300 mil e terminam em confrontos

Manifestações lembram dois anos do acidente ferroviário que matou 57 pessoas e que se tornou trauma; país enfrenta greve geral.
2 Março 2025, 14h50

Mais de 325 mil pessoas marcharam no final da semana passada em cidades da Grécia para lembrar os dois anos de um acidente ferroviário que matou 57 pessoas. Houve confrontos entre manifestantes e polícias.

A Grécia está praticamente paralisada devido a uma greve geral de 24 horas, que teve grande adesão, segundo os media locais.

“Queremos justiça”, afirmou o manifestante de 16 anos Dimitris Korovesis, em Atenas, num momento em que os gregos exigem respostas sobre as causas exatas da colisão frontal entre dois comboios a 28 de fevereiro de 2023, que também deixou dezenas de feridos.

“A Grécia mata seus filhos”, dizia uma faixa colocada em frente ao Parlamento, no centro da capital, onde mais de 180 mil pessoas se reuniram, segundo a polícia.

A marcha em Atenas foi marcada por confrontos que deixaram cinco feridos, de acordo com os serviços de emergência. Pedras e coquetéis molotov foram lançados contra as forças de segurança, que responderam com gás lacrimogénio.

Durante o ato, os nomes e idades de todas as vítimas, a maioria jovens, foram lidos em frente ao Parlamento.

Em seguida, houve um minuto de silêncio na presença dos parentes dos mortos, como a pediatra Maria Karystianou, que atualmente lidera a luta dessas famílias para exigir responsabilização das autoridades.

Nikos Likomytros, um estudante de história e arqueologia de 20 anos, disse que hoje “devemos enviar uma mensagem forte para punir todos os responsáveis por este drama.”

Em 28 de fevereiro de 2023, pouco antes da meia-noite, um comboio que fazia o percurso entre Atenas e Tessalônica, no norte, com mais de 350 passageiros a bordo, bateu de frente com um trem de carga no vale de Tempe, a cerca de 350 km da capital.

O grupo de familiares das vítimas e a sociedade civil denunciam a suposta ocultação de responsabilidades das autoridades na pior catástrofe ferroviária na Grécia, transformada em um “trauma coletivo”, segundo o primeiro-ministro conservador, Kyriakos Mitsotakis.

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