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Crédito Agrícola com lucros de 438,2 milhões em 2024 a crescerem 47,4%

O Crédito Agrícola apresentou um Resultado Líquido Consolidado em 2024 de 438,2 milhões de euros, correspondente a um crescimento homólogo de 47,4% (+140,9 milhões de euros), e a uma rentabilidade de capitais próprios de 16,6%.
Licínio Pina
5 Março 2025, 10h35

O Crédito Agrícola apresentou um Resultado Líquido Consolidado em 2024 de 438,2 milhões de euros, correspondente a um crescimento homólogo de 47,4% (+140,9 milhões de euros), e a uma rentabilidade de capitais próprios de 16,6%.

Desenvolvendo a sua atividade exclusivamente em território nacional, o contributo do Grupo Crédito Agrícola para a sociedade, em matéria de impostos sobre lucros e contribuições obrigatórias, ascendeu a 160,0 milhões de euros, correspondente a um aumento de 20,2% face a 2023, revela o banco liderado por Licínio Pina.

A margem financeira subiu 4,5% para 783 milhões de euros e as comissões avançaram 3,8% para 158,8 milhões. O produto bancário cresceu 4,8% para 1.057,1 milhões de euros. Em comunicado o banco realça que “o produto bancário core cifrou-se em 1.057,3 milhões de euros, representando um crescimento homólogo de 64,3 milhões de euros (+6,5%), decorrente do acréscimo de 33,5 milhões de euros na margem financeira (+4,5% face a 2023) para 783,0 milhões de euros em 2024 e do crescimento nos resultados de contratos de seguros de 25,0 milhões de euros (+27,6% face a 2023)”.

Tal como está a acontecer com a banca em geral, os custos de estrutura do Crédito Agrícola aumentaram 8,9% para 458,7 milhões de euros. O banco justifica com o aumento de custos com pessoal em 10,3% face ao período homólogo.

Assim, o rácio de eficiência registou uma evolução homóloga negativa de 1,6 p.p. para 43,4%, face aos 41,8% que se registaram no período homólogo, justificado pela evolução mais acelerada dos custos operacionais, apesar do desempenho favorável da componente do Produto Bancário no exercício de 2024.

O Grupo liderado por Licínio Pina enfrenta essa degradação do cost-to-income com fusões de Caixas. “Para potenciar uma maior eficiência futura do Grupo Crédito Agrícola, foi concluída uma nova operação de fusão entre Caixas de Crédito Agrícola Mútuo (CCAM) em Julho de 2024, conduzindo a uma redução do número de Caixas Associadas do SICAM, de 68 para 67”, diz o banco.

Destaque ainda, ao nível dos custos, para o valor suportado pelo Grupo Crédito Agrícola em contribuições obrigatórias que recaem sobre o sector bancário totalizou 10,0 milhões de euros (uma redução homóloga de 8,0 milhões de euros, ou -44,4%), designadamente no que se refere à Contribuição sobre o Sector Bancário, ao Adicional de Solidariedade sobre o Sector Bancário, ao Fundo Único de Resolução, ao Fundo de Resolução, às Taxas de Supervisão e ao Fundo de Garantia de Depósitos. A redução verificada face ao período homólogo resultou, em larga medida, do facto de não terem existido contribuições para o Fundo Único de Resolução em 2024.

Na conta de resultados, as seguradoras do Grupo CA apresentaram um contributo para o Resultado Líquido Consolidado de 26,1 milhões de euros em 2024, tendo a CA Seguros apresentado um resultado líquido de 8,5 milhões de euros e a CA Vida de 17,6 milhões de euros, o que compara com um contributo total de 14,4 milhões de euros em 2023 e corresponde a um crescimento anual de 80,4%.

Os resultados de contratos de seguros cresceram 25,0 milhões de euros (+27,6%) face a Dezembro de 2023, para 115,6 milhões de euros em 2024.

Depósitos disparam, crédito sobe e qualidade da carteira melhora

Na carteira de crédito a clientes (bruto) verificou-se um crescimento face a dezembro de 2023 de 5,7% (683,2 milhões de euros) para 12.742 milhões, ligeiramente superior à taxa de crescimento do mercado como um todo, cifrando-se a quota de mercado do Crédito Agrícola em 6%.

Já os depósitos de clientes ascenderam a 22.019 milhões de euros no final de dezembro de 2024, o que compara com 20.004 milhões de euros no mesmo mês de 2023 (+10,1%), com a quota de mercado do Crédito Agrícola a crescer para 8,2% no fim de 2024.

No que toca à qualidade da carteira de crédito, o rácio bruto de Non Performing Loans (NPL) situou-se em 4,6% em Dezembro de 2024, registando-se uma melhoria de 1,6 p.p. por comparação com 6,2% no final de Dezembro de 2023.

O Crédito Agrícola atinge, assim, o objetivo com que se tinha comprometido, terminando o ano de 2024 com um rácio de NPL inferior aos 5%.

“No exercício de 2024, verificou-se uma reversão líquida de imparidades de crédito no montante de 24,8 milhões de euros (decomposta entre a constituição de imparidades de crédito no valor de 21,7 milhões de euros, a reversão líquida por alienação de créditos on-balance e off-balance no valor de 23,2 milhões de euros, e a recuperação de capital e juros vencidos no valor de 23,2 milhões de euros), representando uma evolução positiva de 118,2 milhões de euros em comparação com o reforço de 93,3 milhões de euros registado em 2023”, revela o Crédito Agrícola.

“O valor verificado em 2023 justifica-se com o aumento não recorrente de crédito em Stage 2 e 3, em particular na carteira de crédito habitação, decorrente de uma aplicação conservadora dos critérios referidos no DL 80-A/2022 de 25 de Novembro e, com menor incidência, no segmento das PME”, acrescenta o grupo.

Consequentemente, o custo do risco de crédito cifrou-se em -0,19% em 2024, traduzindo uma redução de 0,97 p.p. face aos 0,77% registados em 2023.

Crédito Agrícola com rácio de capital de 24%

Em termos de capital, a 31 de Dezembro de 2024 os rácios do Grupo Crédito Agrícola CET1 e Fundos Próprios Totais ascendiam a 24,0% (incluindo o resultado líquido do exercício).

“O nível de fundos próprios de 2.691 milhões de euros (incluindo resultado líquido do exercício de 2024 no perímetro prudencial de 418,6 milhões de euros) permite ao Grupo atingir um rácio MREL TREA + CBR de 28,92%, superando desta forma o requisito mínimo em vigor desde Setembro de 2024 (25,79%), no âmbito do ciclo 2023, com margem de conforto de 3,13 p.p. à data de 31 de Dezembro de 2024”, lê-se na nota do Crédito Agrícola.

Já em liquidez, o rácio de alavancagem ascendia a 10,1% (incluindo resultado líquido do exercício), o rácio de cobertura de liquidez (LCR) atingia 393,5% e o rácio de financiamento estável (NSFR) 182,9%, e o banco salienta que estão “todos confortavelmente acima dos níveis mínimos recomendados ou requeridos”.

O CEO do Grupo CA, citado no comunicado, refere que a instituição financeira “superou os 400 milhões de euros, registando o melhor desempenho de sempre e uma rentabilidade dos capitais próprios acima de 16 p.p.. Este resultado foi possível graças ao trabalho dedicado e talentoso das nossas equipas, tendo sempre presente os nossos valores de proximidade, simplicidade, solidez e confiança para enfrentar desafios macroeconómicos, concorrenciais e regulamentares”.

“O crescimento orgânico na concessão de crédito e na subscrição de seguros, sem descurar o risco, e na subscrição responsável de soluções de investimento por parte de famílias e empresas, contribuíram significativamente para este notável marco”, refere Licínio Pina.

“Em 2024, destacámo-nos pelo crescimento da nossa carteira de associados e clientes, pelo sucesso da dinâmica comercial, pela redução consistente de activos não produtivos e pelo reforço do nosso compromisso com as pessoas, as comunidades e o planeta. Hoje e no futuro, o Grupo CA mantém-se empenhado em colocar a sua robustez financeira ao serviço do progresso económico-social do nosso país, praticando uma banca com propósito e sustentável que continue a merecer a confiança de todos os nossos stakeholders”, acrescenta.

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