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Spinumviva passa para os filhos de Montenegro e não vai distribuir dividendos

A transmissão das quotas assim como a mudança da sede da empresa, que era a morada pessoal de Luís Montenegro, tinham sido anunciadas na comunicação que Luís Montenegro fez no sábado ao país.
5 Março 2025, 12h39

A Spinumviva, empresa da família de Luís Montenegro, emitiu um comunicado a informar que a doação de quotas para os filhos do primeiro-ministro “está consumada”, que haverá mudança da sede da empresa e que não haverá distribuição de dividendos.

Em comunicado emitido esta quarta-feira é possível ler que “está consumada a transmissão por doação de quotas e todos os ativos (incluindo reservas, suprimentos, ou quaisquer créditos) da Sociedade SPINUMVIVA, Lda, para os sócios Hugo e Diogo Montenegro, que deliberaram também a mudança da sede da empresa para o Porto”.

Recorde-se que a transmissão das quotas assim como a mudança da sede da empresa, que era a morada pessoal de Luís Montenegro, tinham sido anunciadas na comunicação que Luís Montenegro fez no sábado ao país.

Explica os responsáveis pela Spinumviva em comunicado que “a doação foi feita com todos os correspondentes direitos e obrigações” sendo que “não foram distribuídos quaisquer dividendos como consequência da doação, nem quaisquer créditos a que os doadores tivessem direito”.

“Os doadores mantiveram o mesmo princípio em vigor desde 2021, não retirando quaisquer quantias da sociedade a título de lucros e dividendos e preservando a autonomia do património da sociedade”, pode ler-se neste comunicado.

O primeiro-ministro anunciou este sábado que a empresa familiar Spinumviva passará a ser “totalmente detida e gerida pelos filhos”, deixando a mulher de ser sócia gerente, e irá mudar de sede.

O anúncio de Luís Montenegro foi feito numa comunicação ao país, após uma reunião do Conselho de Ministros Extraordinário, na residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento (Lisboa).

Ladeado de todos os ministros, o primeiro-ministro disse ainda que “sempre que houver qualquer conflito de interesses por razões pessoais e profissionais” relacionados com a sua empresa familiar não participará nos processos decisórios do Governo, tal como outros membros do executivo.

“Portugueses, nunca cedi a nenhum interesse particular face ao interesse público e geral e assim vai continuar a ser”, assegurou Luís Montenegro.

Numa intervenção de cerca de 20 minutos, o primeiro-ministro justificou a decisão de não extinguir a empresa por considerar não ter “o direito de privar” os filhos da sua atividade profissional devido às suas funções políticas.

“Sinceramente, creio que se o nosso sistema político não aceita nem controla a conciliação entre a vida familiar e a vida política, nós vamos de uma assentada ter políticos sem passado e ter políticos sem futuro profissional”, disse.

 

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