[weglot_switcher]

Larry Fink: como o novo aliado de Trump se tornou o “rei” de Wall Street

Filho de uma professora de Inglês e do dono de uma sapataria é um dos homens mais poderosos do mundo. É o CEO da BlackRock, fundo que gere ativos superiores a 10 biliões de euros, e que comprou esta semana dois portos no canal do Panamá.
DR
5 Março 2025, 18h34

Lawrence Daniel Fink é o CEO da maior gestora de ativos mundial, a BlackRock, e personifica o sonho americano. Ele é o principal cérebro de um fundo que vale 10,7 biliões de euros (11,6 triliões de dólares), o que faz dele um dos homens mais poderosos do mundo. Criada em 1988, a BlackRock é um centro de poder que controla os grandes bancos e indústrias e aconselha os líderes mais poderosos. Fink tão depressa está no Palácio do Eliseu para um encontro com Macron, como entra na Casa Branca para aconselhar Trump.

“Em 1988 começámos com oito pessoas numa única sala”, lembra a apresentação oficial. Neste momento, a empresa tem 21 mil funcionários, a trabalhar em 176 escritórios de 43 países. A gestora é dona de partes importantes de milhares de empresas no mundo, como a Apple, Microsoft, Nvidia, Amazon, Tesla ou Netflix. Após a crise financeira global de 2008, o fundo de investimento tomou a decisão de reforçar a sua presença na Ibéria, o que culminou numa fase de crescimento acentuado a partir de 2011. Desde então, tem duplicado o património sob gestão de clientes portugueses a cada dois anos e meio a três anos. Em Portugal, a BlackRock supera os 10 mil milhões de dólares em gestão de ativos.

Fink, de 72 anos, é licenciado em Ciências Políticas pela Universidade da Califórnia e possui um MBA em mercado imobiliário pela UCLA Anderson Graduate School of Management. O gestor já foi coroado como o “rei de Wall Street” pelo jornal Financial Times e está na lista dos maiores líderes do mundo da revista Fortune. Além disso, por 15 anos consecutivos, fez parte da lista dos melhores CEOs do mundo elaborada pela Barron’s.

Iniciou a carreira profissional em 1976, no banco de investimentos First Boston, onde rapidamente deu nas vistas como hábil negociador. No entanto, em 1986, um erro de avaliação e que envolveu taxas de juros causou um prejuízo de 100 milhões de dólares para o banco. Caiu em desgraça e pediu a demissão. Pouco tempo depois, fundou a BlackRock juntamente com outros sete sócios. Inicialmente, partilhavam uma única sala e tinham o interesse comum de criar uma empresa de investimento baseada em alta tecnologia e um rigoroso controle de risco.

Ontem, um consórcio liderado pela BlackRock acordou a compra de dois grandes portos no Canal do Panamá ao seu proprietário sediado em Hong Kong, após pressão de Donald Trump sobre a alegada influência chinesa na importante via navegável. Fink, que telefonou diretamente para Trump para o informar do negócio no Panamá, considerou que o acordo alcançado “é uma ilustração poderosa da plataforma combinada da BlackRock” e da capacidade que a empresa de gestão de ativos tem para “oferecer investimentos diferenciados” aos seus clientes.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.