O Novobanco reportou um resultado líquido de 744,6 milhões de euros em 2024, ligeiramente acima (+0,2%) dos lucros de 2023 que foram de 743,1 milhões.
“O aumento face ao período homólogo foi suportado por um modelo de negócio consistente e diversificado, apesar dos custos pontuais do exercício de 2024, e
impulsionado pelo robusto franchising de crédito a empresas e de crédito habitação de baixo risco, e elevada adoção do digital”, explica o banco.
A rentabilidade medida pelo RoTE ascende a 17,4%.
O banco realça o balanço sobrecapitalizado com um rácio de capital CET1 (fully loaded) de 20,8%, consequente geração de capital (+370pb), e com Tangible Book Value de 4.940 milhões (+20,4% que em 2023).
Os rácios de capital consideram o pagamento de dividendos de 60% sobre os resultados do segundo semestre sujeito à aprovação dos acionistas na próxima Assembleia Geral e à incorporação dos resultados no capital. Excluindo a incorporação dos resultados no capital, o rácio CET1 fully loaded em dezembro de 2024 seria de 20,1% e o rácio de Capital Total de 22,9%.
O Conselho de Administração Executivo irá propor à Assembleia Geral de Acionistas, a realizar no dia 21 de
março deste ano, a distribuição de um dividendo no montante de 224,6 milhões de euros, refletindo um pay–out de 60% do resultado do segundo semestre do ano passado.
A margem financeira atingiu 1.179,4 milhões a subir 3,2% num ano com uma taxa da margem de 2,79%. Isto apesar da média da Euribor em 2024 ser inferior à registada no período homólogo.
As comissões totalizaram 323 milhões aumentando 9,1% que o banco justifica com a “crescente base de clientes (+5,5% face a 2023) e pela dinâmica na execução de iniciativas para aumentar as receitas de comissões, principalmente na gestão de contas e meios de pagamentos”.
O produto bancário ascende a 1.562,7 milhões de euros, mais 8,3% que em 2023.
Já os custos aumentaram 4,2% para 499,2 milhões de euros.
Assim o rácio de Cost to Income fixou-se em 33,2% (o que compara com 33,3% um ano antes).
O Novobanco destaca que os custos operativos incluem o valor de 8,6 milhões de write-offs de ativos intangíveis e custos pontuais de 3,6 milhões relacionado com a mudança da sede.
O Resultado Operacional Líquido aumentou para 1.063,5 milhões acima dos 963,1 milhões em 2023.
O banco lembra que no quarto trimestre foi registado um custo de 62,7 milhões relativo ao término do CCA (Acordo de Capitalização Contingente). O fim do CCA teve um impacto positivo de 47 pontos base (0,47%) no rácio de capital do Novobanco.
Em termos de qualidade da carteira de crédito, tema importante no banco que nasceu da Resolução do BES, os créditos não produtivos (NPL) reduziram 23,7% em 2024 para 864 milhões e o rácio de NPL continuou a apresentar uma consistente redução para 3,3% o que compara com 4,4% em 2023. O aumento do nível de cobertura por imparidades é também de registar passando de 84,3% em 2023 para 96,6% em 2024.
O custo do risco em 2024 decresceu para 33pb (era em 2023 de 51pb) reflexo do reforço da qualidade do ativo e respetiva cobertura.
As provisões para outros ativos e contingências totalizaram 91,5 milhões e incluem 57,3 milhões de euros para o processo de transformação (programa de inovação estratégica e simplificação) e 17,8 milhões decorrentes do agravamento dos impostos sobre imóveis.
No balanço o destaque vai para os recursos de clientes que aumentaram 6,7% para 37,6 mil milhões de euros, com os depósitos a crescerem 5,7% para 29,8 mil milhões.
O crédito a clientes (bruto) subiu 3% para 29.015 milhões de euros. Destes 58% é crédito a empresas; 35% é crédito à habitação e 7% crédito ao consumo. A originação do crédito a clientes atingiu 5,3 mil milhões de euros, dos quais 63% a empresas e 28% em crédito à habitação.
Em dezembro a quota de mercado global ascendia a 10%, “espelhando a forte presença do banco no mercado português”.
O banco dá conta ainda que em 2024, 76% das operações do segmento de retalho foram realizadas em modo self–service. Este valor aumenta para 86% no segmento de pequenos negócios e para 94% no de médias–grandes empresas.
As vendas realizadas através de canais digitais aumentaram 68%.
A 31 de dezembro de 2024, o banco mantinha uma forte posição de liquidez, com o buffer de liquidez de 16,9 mil milhões de euros. O rácio de transformação (LtD) é de 82,9%, o rácio LCR é de 164% e o rácio NSFR é de 117%.
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