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Direção do PSD deixa aviso: “Quem tentar abrir uma guerra interna, morre”

PSD tenta vedar o caminho a lutas internas e aposta tudo em Luís Montenegro como candidato a primeiro-ministro nas mais do que certas eleições antecipadas de maio.
Luís Montenegro
O presidente do Partido Social Democrata (PSD), Luís Montenegro, discursa durante a abertura do 42.º Congresso Nacional do PSD realizado em Braga, 19 de outubro 2024. HUGO DELGADO/LUSA
6 Março 2025, 10h09

Nas mais do que prováveis eleições antecipadas previstas para maio, os boletins de voto serão iguais ao do sufrágio que permitiu à Aliança Democrática (AD) chegar ao poder, em março de 2024. Isto porque, apesar de a polémica relacionada com a empresa familiar acabar por ditar a queda do Governo, através do chumbo de uma moção de confiança, será novamente Luís Montenegro o candidato a primeiro-ministro.

“Quem tentar abrir uma guerra interna, morre”, avisou um dirigente do PSD ao Observador. A ideia é clara: não há espaço nem calendário para que surjam outros protagonistas. Pedro Passos Coelho, Leonor Beleza e Carlos Moedas eram os nomes mais ouvidos como possíveis hipóteses. O PSD tenta, assim, vedar o caminho a uma nova disputa interna, sobretudo em ano de eleições autárquicas, e numa altura em que mais de 90% dos candidatos já estão escolhidos.

O primeiro aviso de que o partido quer afastar ao máximo lutas internas foi deixado por Hugo Soares, ainda antes de confirmada a intenção do Governo de avançar com uma moção de confiança. “Enquanto secretário-geral do PSD, posso assegurar que se houver eleições legislativas em Portugal, que espero que não haja, o candidato a primeiro-ministro será Luís Montenegro”, disse o líder parlamentar logo na terça-feira à noite, em entrevista à SIC Notícias.

No dia seguinte, depois do debate, reforçou a mensagem: “É evidente que se o PS provocar uma crise política, que é disso que se trata, o PSD apresentará o seu melhor, Luís Montenegro.” E sobre o eventual regresso do antigo primeiro-ministro, atirou: “Quem é que fala em Pedro Passos Coelho? É que eu não conheço ninguém que fale”.

Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, carregou na mesma ideia. Em declarações à SIC Notícias na noite de quinta-feira, o autarca afastou por completo a hipótese de existir outro candidato do PSD nas legislativas que não o próprio Luís Montenegro. Carlos Moedas, de resto, declarou ter ficado em “choque” perante a ideia de o país ir novamente a votos, manifestou esperança de que ainda possam ser evitadas as eleições e disse contar com o Presidente da República para convencer o PS a aprovar a moção de confiança ao Governo, que será discutida na próxima semana.

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