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Carlos Costa preocupado com a “armadilha do endividamento”

O Governador realça que o crédito ao consumo “se deslocou para o momento de venda. O momento da venda com crédito associado, por vezes até de cartão de crédito e outros mecanismos, é motivo de grande preocupação”, disse ainda. Carlos Costa apela à necessidade de intervenção para evitar que esse tipo de situações se tornem crónicas.
Cristina Bernardo
13 Março 2019, 12h15

O Governador do Banco de Portugal mostrou-se hoje preocupado com aquilo a que chamou “a armadilha do endividamento”  que afeta, sobretudo, determinados estratos da população, e que diz respeito ao crédito em pontos de venda e que ultrapassa os valores contabilizados de crédito ao consumo.

“Temos de ter consciência que nós como supervisores conseguimos controlar os agregados de crédito, mas não conseguimos evitar que a armadilha do endividamento atinja determinados estratos da população”, disse Carlos Costa.

O Governador realça que o crédito ao consumo “se deslocou para o momento de venda. O momento da venda com crédito associado, por vezes até de cartão de crédito e outros mecanismos, é motivo de grande preocupação”, disse ainda.

Carlos Costa apela à necessidade de intervenção para evitar que esse tipo de situações se tornem crónicas.

Também a vice-presidente do Banco de Portugal, Elisa Ferreira, abordou o tema, dando relevo a necessidade de olhar para o endividamento geral. “A supervisão não se pode substituir às decisões de cada cidadão”, alertou no entanto a supervisora bancária.

Portanto o contributo do Banco de Portugal passa pela literacia financeira. “Cada família tem de estar informada, para tomar as suas opções livres”, reforçou Elisa Ferreira.

Isto, durante a reunião anual do Conselho Nacional de Supervisores Financeiros com a Comissão de Acompanhamento do Plano Nacional de Formação Financeira, onde estavam presentes o Presidente do CNSF e Governador do Banco de Portugal, Carlos da Silva Costa; a Vice-Governadora do Banco de Portugal, Elisa Ferreira; o Presidente da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões,  José Figueiredo Almaça e a Presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, Gabriela Figueiredo Dias.

O Governador voltou ainda a alertar que o incremento da poupança e o aumento do investimento são essenciais para o desenvolvimento económico.

“Temos de encontrar um equilíbrio entre endividamento e aforro”, disse.

(atualizada)

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