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CIP apela aos partidos para que encontrem solução que evite eleições

“A CIP faz um apelo às lideranças de todos os partidos com assento parlamentar para ser encontrada uma solução que evite eleições antecipadas e permita a Portugal, às empresas e às famílias continuarem empenhados na procura do seu desenvolvimento e progresso, num contexto de normalidade democrática”, disse a associação.
Paulo Alexandre Coelho/CIP
7 Março 2025, 20h10

A CIP – Confederação Empresarial de Portugal fez hoje um apelo às lideranças partidárias para que encontrem uma solução que evite eleições antecipadas, face à crise política em torno do primeiro-ministro.

“A CIP faz um apelo às lideranças de todos os partidos com assento parlamentar para ser encontrada uma solução que evite eleições antecipadas e permita a Portugal, às empresas e às famílias continuarem empenhados na procura do seu desenvolvimento e progresso, num contexto de normalidade democrática”, disse a associação.

A CIP voltou a manifestar a sua “profunda preocupação perante a possibilidade de convocação de novas eleições legislativas”, apontando que “quer a situação internacional, quer a situação nacional, dispensam bem uma eleição que resulta, sobretudo, de uma ‘crise político-partidária’ e não de uma crise económico-social”.

Para a CIP, “Portugal requer foco e concentração em matérias decisivas, como a resiliência e a transformação da economia portuguesa”, avisando que o país “não entenderá quem der causa a este desperdício de oportunidades e de recursos”.

“Numa altura em que diversos indicadores económicos permaneciam estáveis, favorecendo dessa forma o ambiente de negócios no nosso país, a classe política decide mergulhar-nos numa crise de onde ninguém sairá ileso”, tinha dito na quinta-feira, à Lusa, por escrito, o diretor-geral da CIP.

Num contexto internacional já “pautado pelas disrupções, deliberações unilaterais, movimentos populistas, guerras comerciais ou políticas protecionistas”, Rafael Alves Rocha sustentou que o que o país menos precisava era de “um enquadramento nacional assente na suspeição, nos jogos partidários, na política de terra queimada”.

“A incerteza, a desconfiança e a imprevisibilidade são anátemas lançados sobre a economia muito difíceis de ultrapassar no médio longo prazo, mas fáceis de impor da noite para o dia”, referiu.

O Presidente da República admitiu na quarta-feira eleições antecipadas em maio, no final de um dia em que o primeiro-ministro anunciou uma moção de confiança – já aprovada em Conselho de Ministros – que tem chumbo prometido dos dois maiores partidos da oposição, PS e Chega, e que deverá ditar a queda do Governo na próxima semana.

O voto de confiança foi avançado por Luís Montenegro no arranque do debate da moção de censura do PCP, que foi rejeitada com a abstenção do PS na Assembleia da República, e em que voltou a garantir que “não foi avençado” nem violou dever de exclusividade com a empresa que tinha com a família, a Spinumviva.

Se a moção for rejeitada no parlamento, Marcelo convocará de imediato os partidos ao Palácio de Belém “se possível para o dia seguinte e o Conselho de Estado “para dois dias depois”, admitindo eleições entre 11 ou 18 de maio.

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