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Vítor Gaspar sai do cargo de diretor do FMI ao fim de 11 anos

Organismo anunciou hoje a saída do ex-ministro português que estava no cargo desde 2014.
10 Março 2025, 14h33

Vítor Gaspar vai sair do cargo de diretor do Departamento de Finanças Públicas do Fundo Monetário Internacional (FMI), anunciou hoje o organismo.

O ex-ministro das Finanças juntou-se ao FMI há 11 anos, em 2014 e vai deixar o cargo em novembro deste ano.

“O Vítor trabalhou para aumentar a experiência da instituição em todas as áreas das finanças públicas, incluindo receitas fiscais, receitas governamentais, políticas de gastos e gestão das finanças públicas. Vai deixar um legado de trabalho na implementação de políticsa fortes, advogando pelas populações mais frágeis e encontrando formas de combater a desigualdade”, disse em comunicado a diretora-geral do FMI,

A responsável destacou que Vítor Gaspar foi “mentor de muito colegas no Fundo” e aproveitou para congratular-se com o seu trabalho. “Estamos especialmente gratos pela sua partilha das suas análises (…) e das suas abordagens inovadoras para entregar apoio de elevada qualidade aos nossos membros”.

Sob a liderança de Vítor Gaspar, o seu departamento “desempenhou um papel importante na resposta à Covid-19”, segundo o FMI, acrescentando que Vítor Gaspar foi responsável por implementar grupos para apoiar os países membros aos desafios orçamentais associados com transições estruturais.

Vítor Gaspar foi ministro das Finanças entre 2011 e 2013, tendo sido uma das principais caras a aplicar as medidas de austeridade da troika em Portugal.

Para a posteridade ficaram frases suas como: “É um enorme aumento de impostos” ou as conferências de imprensa onde explicava as medidas num tom professoral.

Vítor Gaspar demitiu-se em julho de 2013 do Governo de Passos Coelho deixando críticas aos seus colegas do executivo pela falta de coesão interna para aplicar medidas de auteridade.

Gaspar saiu depois de concluída a sétima avaliação do programa da troika e da preparação do Orçamento retificativo, e depois do segundo chumbo do Tribunal Constitucional ao corte de subsídios de férias dos funcionários públicos e dos pensionistas.

Na sua carta de despedida de 1 de julho de 2013 escreveu:

“É a minha firme convicção que a minha saída contribuirá para reforçar a sua liderança e a coesão da equipa governativa.

O incumprimento dos limites originais do programa para o défice e a dívida, em 2012 e 2013, foi determinada por uma queda muito substancial da procura interna e por uma alteração na sua composição que provocaram uma forte quebra nas receitas tributárias. A repetição destes desvios minou a minha credibilidade enquanto o Ministro das Finanças.

A ausência de um mandato para concluir atempadamente o sétimo exame regular não me permite agora continuar a liderar a equipa que conduz as negociações com o objectivo de melhor proteger os interesses de Portugal.”

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