A produção da indústria têxtil de Moçambique cresceu ligeiramente em 2024, para 672 milhões de meticais (9,7 milhões de euros), indicam dados do Governo sobre a execução orçamental consultados, esta segunda-feira, pela Lusa.
De acordo com o documento, aquela indústria, que engloba a fiação, tecelagem, acabamento de fibras têxteis e a produção, cresceu 0,7% face aos 668 milhões de meticais (9,6 milhões de euros) em 2023.
“Os seus principais produtos são os fios e fibras sintéticas, fios de algodão, capulanas, estampagem de tecidos, sacos de ráfia e polipropileno”, identifica igualmente o relatório.
Contudo, essa produção falhou a meta definida pelo Governo, de 733 milhões de meticais (10,5 milhões de euros) de janeiro a dezembro, segundo o mesmo documento.
Globalmente, a produção industrial em Moçambique, nos vários setores, recuou para 113.304 milhões de meticais (1.631 milhões de euros) em 2024, contra 151.292 milhões de meticais (2.178 milhões de euros) no ano anterior.
No setor têxtil, a empresa MozTex, um investimento da Rede Aga Khan, procura, há 15 anos, revitalizar aquela indústria em Moçambique, um setor em que o país já foi o “gigante” na África austral.
“Foi-nos feito um apelo, a nível do Estado, para que o Fundo Aga Khan para o Desenvolvimento Económico pudesse replicar a experiência que temos neste setor no Quénia, em Moçambique (…). Este é um projeto de investimento a longo prazo”, explicou anteriormente à Lusa Rui Carimo, adjunto do representante diplomático da Rede Aga Khan.
São 15 anos desde o arranque das operações da MozTex, uma fábrica reconstruída sob as ruínas da antiga TEXLOM, que era a maior empresa da indústria têxtil em Moçambique e uma das referências na área na África austral, localizada na Matola, nos arredores da capital moçambicana.
Dedicada à produção de tecidos para o mercado interno e para o ex-bloco socialista da Europa do Leste, com o qual Moçambique mantinha relações estreitas desde a luta de libertação, a TEXLOM colapsou e, por quase 10 anos, as infraestruturas degradaram-se.
“O primeiro investimento que teve que ser feito [para criação da MozTex] foi ao nível da reabilitação das infraestruturas. Nos primeiros 12 anos, a fábrica deu-nos resultados negativos”, declarou na altura Rui Carimo.
No total, a Rede Aga Khan investiu mais de seis milhões de dólares (5,4 milhões de euros) para remontar a fábrica, mas o principal desafio esteve sempre ligado à mão de obra, que tinha de ser formada
Hoje, já com presença no mercado internacional, a MozTex produz anualmente 5,8 milhões de peças de roupas, exportadas sobretudo para a África do Sul.
“A nossa produção tem vindo a ser, de ano para ano, alavancada. De 2022 para 2023, por exemplo, produzimos, em acréscimo, mais 1,5 milhões de peças, totalizando as 5,8 milhões de peças, todas exportadas para a África do Sul”, concluiu o adjunto do representante diplomático da Rede Aga Khan.
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