José Cardoso Botelho, CEO da Vanguard Properties, falava na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, numa conversa organizada pelo Jornal Económico e Novobanco sobre sustentabilidade (Zona de Impacto Global, pensar o ESG), tendo a sua intervenção sido subordinada ao tema “ideias, materiais e o mercado nacional”.
A sustentabilidade é importante para valorizar o património. “Tudo o que não for construído com sustentabilidade vai valer menos e por isso ser sustentável é absolutamente crítica”, diz referindo-se ao controle térmico, acústica, eficiência energética e materiais que são utilizados.
Os edifícios sustentáveis também são aqueles minimizam o consumo energético, assim como o consumo de água.
Os projetistas são importantes para a qualidade dos projetos sustentáveis, defendeu, mas são muitas vezes “mal pagos muitas vezes”, apontou.
“Nenhum fundo de investimento investirá, no futuro, em edifícios que não tenham elevada eficiência térmica, acústica e energética e certificações internacionalmente relevantes”, salientou.
Sendo que a reabilitação de edifícios para atribuir requisitos de sustentabilidade é muito mais caro, defendeu o promotor imobiliário que construiu o Infinity em Lisboa cujo cariz ambiental que já lhe valeu o certificado BREEAM.
“Há uma pressão muito grande dos bancos, das seguradoras e dos avaliadores para os projetos imobiliários serem sustentáveis”, defendeu o promotor imobiliário. “Mais dois a três anos e quem não tiver projetos imobiliários sustentáveis, não os vai conseguir financiar e não os vai vender, nem arrendar”, afirmou José Cardoso Botelho.
O mercado dos imóveis para escritórios é neste momento mais exigente em sustentabilidade que o mercado imobiliário residencial, reconheceu.
Nenhum fundo internacional aposta no Build-to-Rent em Portugal porque desconfiam da “estabilidade legislativa e fiscal”. “Neste momento não há essa estabilidade e não creio que venha a haver tão cedo”, revelou José Cardoso Botelho.
Por outro lado, os projetos nem sempre estão dependentes das autarquias, disse ainda o CEO da Vanguard que deu o exemplo de dois projetos da Vanguard em Oeiras que “estão parados por causa de duas entidades que não têm nada a ver com a Câmara”.
Depois, “não há plano financeiro que aguente 20 anos de espera de licenças de construção de um loteamento”, realçou.
Já sobre o mercado da oferta da habitação o CEO da Vanguard disse que não está a melhorar, ao mesmo tempo que destacou os elevados custos da construção e as dificuldades de financiamento.
Sobre a crise política o CEO confessou que no dia em que a moção de confiança foi votada no Parlamento, parou um acordo de investimento que estava a ser fechado com a Vanguard, por causa da queda do Governo. “É uma pena”, disse, defendendo que a estabilidade política é importante.
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