A interdição imposta por vários países ao Boeing 737 Max pode revelar-se mais um empecilho nas negociações para pôr fim à guerra comercial entre os Estados Unidos e a China. Pequim é um dos principais clientes da construtora aeronáutica norte-americana, pelo que os milhões ‘suspensos’ terão um grande impacto no plano de trocas comerciais exigido por Washington a Xi Jinping.
De acordo com o Financial Times, a incerteza sobre os desenvolvimentos em torno do Boing 737 Max está a aumentar a pressão para os negociadores chineses. O jornal britânico realça que as aeronaves da Boeing são um dos principais produtos na lista de compras de Pequim, da qual se destacam ainda a soja, milho, gás natural e petróleo.
A semana passada vários países suspenderam os voos com aeronaves Boeing, incluíndo a China e os Estados Unidos. Os dois novos modelos 8 e 9 lideram as vendas da construtora aeronáutica norte-americana, tendo sido entregues até fevereiro 376 aparelhos a companhias aéreas e de ‘leasing’ em todo o mundo. No entanto, este número aumenta quando se avalia o total de aeronaves da Boeing que sobrevoavam o espaço aéreo mundial em 2017: 24.400.
“Certamente não podemos comprar este modelo. É uma questão de segurança, não de comércio”, disse He Weiwen, antigo diplomata chinês e atual investigador do Center for China and Globalization, em Pequim, citado pelo FT. “Outros modelos da Boeing não têm esses problemas, especialmente aqueles que comprovadamente têm grande qualidade depois de estarem a funcionar durante anos. Ainda os podemos compra, mas sem dúvida deve haver verificações de qualidade mais rigorosas”.
As duas maiores potências mundiais continuam as negociações sobre as trocas comerciais, com os Estados Unidos a quererem aumentar a proteção da indústria norte-americana e a pressionarem Pequim para aumentar a compra de bens a Washington. No ano passado, Donald Trump ameaçou aumentar as tarifas às importações de bens chineses de 10% para 25%. Desde a cimeira do G-20 na Argentina, no final de novembro, que os dois países têm estado em negociações com vista a um acordo comercial, tendo adiado a data prevista para a conclusão das negociações, marcada para 1 de março.
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