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Zelensky acusa enviado dos EUA para o Médio Oriente de aceitar “narrativa do Kremlin”

“Verifico que Witkoff aceita com demasiada frequência a narrativa do Kremlin”, disse Zelensky, que se encontra em Paris, numa entrevista ao canal público France 2, na qual considerou que “isso vai enfraquecer a pressão sobre a Rússia”.
27 Março 2025, 09h05

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou, esta quarta-feira, que o enviado presidencial dos Estados Unidos para o Médio Oriente, Steve Witkoff, aceita frequentemente a narrativa do Kremlin.

“Verifico que Witkoff aceita com demasiada frequência a narrativa do Kremlin”, disse Zelensky, que se encontra em Paris, numa entrevista ao canal público France 2, na qual considerou que “isso vai enfraquecer a pressão sobre a Rússia”.

Em entrevista à Fox News no domingo, o enviado do Presidente Donald Trump para assuntos internacionais, Steve Witkoff, afirmou que não via o Presidente russo, Vladimir Putin, “a querer tomar conta de toda a Europa”.

Witkoff considerou a ameaça teórica porque, na sua opinião, Putin “quer a paz”.

A entrevista, a jornalistas de vários países europeus, em estúdio e à distância, decorreu após o encontro de Zelensky com o Presidente francês, Emmanuel Macron, e antes da cimeira que amanhã reunirá em Paris líderes e representantes de 31 países, da União Eurpeia e da NATO, para continuar o apoio à Ucrânia, incluindo no âmbito de um hipotético acordo de paz.

“Queremos a paz, esperamos que a reunião de amanhã a possa fazer avançar”, disse o líder ucraniano.

Zelensky reconheceu que a situação no terreno “é muito complexa”, uma vez que a Rússia continua os seus ataques contra alvos civis, sem aceitar as propostas conjuntas de Kiev e Washington para um cessar-fogo de 30 dias, a partir do qual se iniciariam as negociações de paz.

A este respeito, Zelensky referiu que será “muito importante” saber quem irá controlar o cumprimento de um acordo de paz, e deu o exemplo a condição de que a Rússia não dispare mísseis de cruzeiro contra alvos civis ucranianos.

“Estamos à espera de uma decisão dos Estados Unidos” sobre este ponto, disse o Presidente ucraniano.

Zelenski também denunciou o facto de “a Rússia vetar todas as decisões europeias em matéria de segurança”.

Zelenski reiterou ainda o seu apoio à ideia de utilizar os ativos russos congelados na UE (mais de 200 mil milhões de euros) para produzir armas na Ucrânia e na Europa, para ajudar a defender o seu país da invasão russa.

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