“Tempestade” de vendas e investidores “em pânico” com tarifas de Trump
As bolsas iniciaram a semana a afundar de forma generalizada em todo o mundo e a research unit do BA&N atribui o cenário vermelho a uma “tempestade de vendas” que estão a dar “sinais de pânico” face aos efeitos que podem ser resultar das tarifas impostas por Donald Trump.
Assim, estes especialistas consideram que os investidores estão a demonstrar que existe um “medo crescente de que as tarifas de Trump vão gerar uma guerra comercial que vai atirar a economia global para uma recessão.
No entender da research unit da BA&N, o medo no mercado “agravou-se no fim de semana depois de vários membros da administração norte-americana terem afastado um recuo na política de tarifas e reiterado a confiança de que o mercado vai premiar a estratégia de subir as tarifas dos EUA para o nível mais elevado em 100 anos” sendo que Donald Trump “também desvalorizou o sell off nos mercados”.
O VIX abriu esta manhã a disparar 30% e já atingiu 60 pontos, cerca de três vezes acima do nível que é considerado preocupante e que sinaliza turbulência elevada nos mercados (20).
As ações chinesas negociaram em queda livre, com os índices a marcarem a descida mais intensa desde a crise financeira de 2008 (Hang Seng afundou 13,4%), depois das autoridades em Pequim terem anunciado na sexta-feira que vão responder às tarifas de Trump com uma taxa de 34%.
O Nikkei deslizou perto de 8% e já negoceia em “bear market” (queda de 20% face a máximos). As bolsas europeias também abriram a sessão com quedas dramáticas, depois de na semana passada terem sofrido a desvalorização mais intensa desde o início da pandemia. O Stoxx600 afunda 6% e já desvaloriza 8% em 2025. Os futuros de Wall Street apontam para quedas em torno de 5%.
Os investidores também estão a vender ativos de risco como criptomoedas e matérias-primas, sendo que até o ouro está a perder valor. O dinheiro está a ser canalizado sobretudo para as obrigações. A taxa dos títulos dos EUA a 10 anos baixa 9 pontos base e está firme abaixo da barreira dos 4%. A yield das obrigações alemãs afunda 14 pontos base para 2,43%.
