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Magnatas perdem 488 mil milhões de euros em dois dias, quase o dobro do PIB português

Na sequência do impacto das novas tarifas, as 500 pessoas mais ricas do planeta viram a sua fortuna combinada encolher para um valor próximo do dobro do PIB português, que alcançou os 284,9 mil milhões de euros em 2024. Musk, Zuckerberg e Bezos lideram as perdas.
8 Abril 2025, 07h00

Os multimilionários perderam 536 mil milhões de dólares (488 mil milhões de euros) em ativos líquidos em apenas dois dias (entre 3 e 4 de abril), após o anúncio das tarifas do presidente norte-americano Donald Trump. Este valor representa quase o dobro do PIB português, que alcançou os 284,9 mil milhões de euros em 2024. A enorme destruição de riqueza provocou uma onda de choque nos mercados globais, com os magnatas dos Estados Unidos a serem os mais prejudicados. Esta foi a maior queda registada em 48 horas pelo índice de bilionários da Bloomberg e a pior desde a crise da Covid-19, que havia gerado uma perda de 453 mil milhões de dólares (413 mil milhões de euros).

Cerca de 90% dos 500 milionários monitorizados pelo índice sofreram perdas, com uma média de redução de 3,5% nas suas fortunas. Mark Zuckerberg, da Meta, Jeff Bezos, da Amazon, e Elon Musk, da Tesla, lideraram as desvalorizações. Zuckerberg perdeu 24,6 mil milhões de euros, devido à queda de 14% das ações da Meta, enquanto Bezos viu a sua fortuna encolher em 15,9 mil milhões de euros. Já Elon Musk acumulou uma quebra de 28,2 mil milhões de euros.

Na mesma linha, o magnata do luxo francês, Bernard Arnault, viu desaparecer 5,4 mil milhões de euros devido às novas tarifas sobre bens europeus, que penalizam a exportação de produtos de luxo. Uma das poucas exceções foi Carlos Slim, magnata mexicano, cuja fortuna cresceu 4%, chegando aos 77,2 mil milhões de euros, impulsionada pela exclusão do México das novas tarifas americanas. Warren Buffett também se manteve firme; o Oráculo de Omaha viu a sua fortuna aumentar em 11,5 mil milhões de euros neste ano, mesmo com os mercados em queda. Isso faz de Buffett o único bilionário entre os 10 mais ricos a registar um ganho durante um período marcado por uma recessão financeira.

Em menos de três meses, as tecnológicas, ao lado de Donald Trump, sofreram uma gigantesca desvalorização. Mark Zuckerberg (Meta), Sundar Pichai (Google), Tim Cook (Apple), Jeff Bezos (Amazon) e, claro, Elon Musk (Tesla) foram alguns dos milionários da tecnologia presentes na tomada de posse de Donald Trump. A capitalização bolsista das suas empresas valia, no conjunto, 11,1 biliões de dólares (10,7 biliões de euros). A euforia deu lugar ao medo. Os principais índices bolsistas dos Estados Unidos perderam 5,4 biliões de dólares (4,8 biliões de euros) em dois dias, desde que Donald Trump declarou uma guerra comercial e uma nova onda de tarifas. Agora, os milionários que apareceram sorridentes ao lado do presidente norte-americano na tomada de posse têm poucas razões para sorrir.

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