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BCE corta juros pela sexta vez seguida para 2,25%

A decisão era tomada como quase certa pelo mercado, dado o recuo sustentado da inflação e a ameaça colocada à recuperação europeia (ainda que tímida) pela política comercial protecionista dos EUA.
17 Abril 2025, 13h15

O Banco Central Europeu (BCE) voltou a cortar os juros diretores da zona euro em 25 pontos base (p.b.), dando continuidade à normalização da política monetária com a sexta descida consecutiva desde junho. A taxa de referência fica assim em 2,25%, ou seja, já no intervalo estimado pelos técnicos do banco central como uma taxa neutra, isto quando a incerteza global criada pela política comercial norte-americana ameaça a recuperação da economia europeia.

A decisão era já largamente esperada pelos mercados, que atribuíam 97% de probabilidades a uma descida de 25 p.b. na antecâmara da reunião, segundo os dados da Bloomberg. O processo de desinflação na moeda única está bem encaminhado, com três leituras seguidas em recuo desde o início do ano no indicador nominal e uma descida sustentada no último meio ano da inflação core que dão margem de manobra ao banco central.

Em sentido inverso, a política comercial norte-americana fez disparar a incerteza global, gerando já uma forte correção nos mercados de ações, um disparo nas yields da dívida pública dos EUA e, acima de tudo, uma desconfiança generalizada em relação à maior economia do mundo. No caso europeu – que, por enquanto, escapou às tarifas recíprocas de Trump –, o crescimento previsto de 0,9% pode acabar em menos de metade, admitiu a própria presidente do BCE, o que constitui uma ameaça clara à tímida recuperação prevista para o bloco.

Perante este cenário, os investidores estarão atentos à conferência de imprensa de Christine Lagarde e à procura de sinais quanto ao rumo da política monetária europeia nas próximas reuniões. Nas últimas semanas, as expectativas do mercado ajustaram-se no sentido de mais descidas este ano, antecipando-se agora três cortes (incluindo o desta quinta-feira) de 25 p.b. até 1,75% no quarto trimestre.

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