Mário Centeno, Governador do Banco de Portugal, em entrevista ao programa Conversa Capital – Antena 1 / Jornal de Negócios, avisa os partidos que se preparam para ir a eleições que “o país não tem margem orçamental”.
A economia está a desacelerar, prevê o Governador do BdP, Mário Centeno, que se refere às novas previsões económicas, que deverão ser divulgadas na primeira semana de junho, como “mais cautelosas do que as de março”.
Pelas estimativas do Governador do banco central “as contas públicas estão num ciclo favorável, mas em desaceleração”. Recusa por isso ilusões sobre as contas públicas porque os excedentes orçamentais são graças ao excedente da segurança social.
Mário Centeno afirma que nas outras áreas da administração pública as contas são deficitárias e avisa que tem havido uma deterioração do saldo estrutural.
Em entrevista ao programa Conversa Capital, da Antena 1 e do Jornal de Negócios, Mário Centeno admite que as previsões mais cautelosas do que as últimas, reveladas em março, refletem uma “desaceleração da economia”.
É tendo em conta estas previsões que o antigo ministro das finanças sugere aos partidos que os programas eleitorais reflitam propostas anti-cíclicas e não pro-cíclicas. Acrescenta que o país até pode estar num ciclo positivo, mas não existe margem orçamental e é preciso continuar a garantir a estabilidade financeira.
Mário Centeno admite que a trajetória de descida das taxas de juro pelo Banco Central Europeu ainda se mantenha por mais algum tempo. No entanto alerta para o facto de que descidas intermináveis das taxas de juro também são um mau sinal.
O Governador admite ainda estar preocupado com as decisões do Presidente norte-americano. Na opinião de Mário Centeno as tarifas de Donald Trump são uma adversidade. Ainda assim, uma adversidade menor, diz, em comparação com crises anteriores. Ao mesmo tempo elogia os empresários portugueses ao referir que têm manifestado uma grande capacidade de ajustamento.
Numa avaliação à banca nacional, o antigo ministro das Finanças defende que os bancos têm uma exposição excessiva ao crédito à habitação e por isso considera que a nova garantia pública para a compra de casa por jovens não é um bom sinal.
Nesta entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, Mário Centeno, cujo mandato termina em julho, volta a repetir que desempenha a função de Governador com o sentido de continuar. Mas admite que possa vir a não ser reconduzido.
Admite ainda que uma recondução beneficiaria uma eventual escolha, mais tarde, para liderar uma instituição internacional.
Sobre a possibilidade de seguir uma carreira política Mário Centeno adianta que não pretende coartar a sua liberdade de forma nenhuma.
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