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Fragilidade a prazo nos ativos de risco

Os dados sobre a economia da Europa e da zona-euro refletem alguma recuperação, novamente atribuível ao anuncio do novo envelope financeiro do Banco Central Europeu (BCE). Os detalhes serão anunciados em junho próximo, mas sem surpresas no que se refere a temas que podem ser fracturantes: adiamento do Brexit, em que o processo passou a […]
epa07468494 A pro Brexit supporter protests outside of the Houses of Parliament in London, Britain, 28 March 2019. Reports state that British Prime Minister Theresa May told a meeting of Conservative backbenchers on 27 March 2019 she would leave office earlier than planned if it guaranteed Parliament’s backing for her withdrawal agreement with the EU. EPA/NEIL HALL
29 Março 2019, 08h23

Os dados sobre a economia da Europa e da zona-euro refletem alguma recuperação, novamente atribuível ao anuncio do novo envelope financeiro do Banco Central Europeu (BCE). Os detalhes serão anunciados em junho próximo, mas sem surpresas no que se refere a temas que podem ser fracturantes: adiamento do Brexit, em que o processo passou a depender mais do Parlamento Britânico ao invés do seu Governo, ausência de um acordo comercial entre a China e o EUA e a hipotética desnuclearização da Coreia do Norte.

Após um doloroso quarto trimestre de 2018, para os investidores que se mantiveram fiéis às acções, estes primeiros três meses permitirão mitigar as desvalorizações registadas. No entanto, existe um relevante grau de desconfiança e incerteza sobre a continuidade deste processo de valorização. Alguns indicadores avançados utilizados pelos investidores – de que são exemplo a evolução dos índices de acções da Coreia do Sul, das PME’s dos EUA (o Russel2000) e dos transportes dos EUA, que já aparentam topos ou máximos – parecem sugerir alguma fragilidade a prazo nos ativos de risco.

A 24 horas do Brexit, no que é crucial ao processo, deveremos estar praticamente no mesmo ponto dos anteriores 24 meses. Mas agora com uma imagem e perceção de um caos político britânico: claramente mais presos entre uma indesejável implementação do resultado da votação do seu povo e os impactos nefastos do mesmo. O cenário central do Brexit estima uma pesada e avassaladora destruição da economia, do emprego e do valor da sua divisa, mas com um posterior caminho de recuperação. Os decisores ingleses de política não parecem querer lidar nem liderar a dolorosa face negativa do processo.

Os comentários de Mário Draghi esta semana reforçaram a necessidade da banca na Europa ter de lidar com as perspetivas de nulas ou negativas taxas de juros, fuga dos clientes pelo aumento do comissionamento e necessidade de mais exigentes critérios da concessão de crédito. Poderá entender-se melhor a motivação do BCE na criação dos mega-bancos como  uma evolução dos bancos universais transnacionais, apostando-se na redução de encargos em que a tecnologia terá relevância como um facilitador.

A Apple fez a primeira apresentação deste ano e destacou uma tendência mais orientada para os serviços baseados no seu ecossistema, colocando ênfase nos conteúdos multimédia como os jogos e no sistema de pagamentos com o cartão de crédito “Apple Card” – que resulta da parceria entre a Mastercard e a Goldman Sachs, que com esta proposta efectua a sua primeira incursão nos cartões de crédito (a banca está novamente em mudança acelerada).

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