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Associação Mutualista com contas e comissão de revisão de estatutos aprovadas em AG

Acabou a Assembleia Geral da Associação Mutualista Montepio Geral. As contas foram aprovadas com 82% dos votos a favor. Foi também aprovada a comissão independente que vai tratar da revisão dos estatutos da Associação. Alípio Dias integra a comissão que é liderada pelo catedrático Manuel Porto.
29 Março 2019, 00h24

Aprovadas as contas da Associação Mutualista Montepio Geral com 82% dos votos a favor. As contas individuais da mutualista mostram lucro de 1,63 milhões de euros em 2018, valor que compara com 587,5 milhões em 2017, quando a mutualista beneficiou de elevados créditos fiscais.  Estiveram presentes 550 associados.

As notícias antecipavam uma assembleia contestatária. Na assembleia-geral “um conjunto de associados vai apelar ao chumbo das contas” e de eventuais votos de confiança que surjam a Tomás Correia, disse Carlos Areal, adversário do presidente, citado pela Lusa, antes da reunião de associados.

Hoje foi ainda aprovada a comissão independente de revisão dos estatutos, proposta pelo Conselho de Administração da Associação, liderado por Tomás Correia.

A comissão é liderada por Manuel Porto (professor catedrático de Coimbra) e composta por Pedro Sameiro, António Gaio (sócio na sociedade de advogados de António Frutuoso de Melo), Alípio Dias e Menezes Rodrigues.

Destes nomes, Alípio Dias e Menezes Rodrigues concorreram nas eleições de dezembro em listas da oposição a Tomás Correia (listas C e B, respetivamente).

Estes são os membros que comporão a comissão que ficará responsável por fazer a alteração de estatutos da Associação Mutualista Montepio, em linha com o novo Código das Associações Mutualistas, o que tem de ficar pronto até setembro.

A reunião teve lugar na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa, os associados presentes votaram os 4 pontos que constavam da agenda de trabalho: deliberação sobre o Relatório do Conselho de Administração e Contas Individuais e Parecer do Conselho Fiscal referente ao Exercício de 2018, deliberação sobre as propostas de aplicação de resultados, apreciação do Relatório da Atividade do Conselho Geral relativo ao Exercício de 2018 e deliberação sobre proposta de alteração dos Estatutos em vigor para harmonização com o disposto no Código das Associações Mutualistas e eleição da comissão para elaborar o respectivo projecto.

Contas da Associação Mutualista e venda simbólica às misericórdias

O resultado líquido do exercício de 2018 foi de 1,6 milhões de euros, em linha com a estimativa apresentada à Assembleia Geral de 27 de dezembro de 2018.

A Associação justifica com o acréscimo da margem associativa, de 183 milhões de euros, face a 2017, por via da redução ocorrida nos custos inerentes a associados, no montante de 412 milhões de euros, que “mais do que ter compensou a redução dos respetivos proveitos, que se situou em 229 milhões”. Inversamente, a variação das provisões técnicas apresentou, face a 2017, um comportamento negativo no montante de 185 milhões de euros, influenciando os resultados inerentes a associados, que, em 2018, atingiram – 21,9 milhões de euros, valor que compara com -19,5 milhões de euros registados em 2017.

A manutenção de taxas de juro muito baixas, associadas à redução ocorrida na carteira de títulos, explica o decréscimo dos juros líquidos obtidos, que passaram de 42,1 milhões de euros, em 2017, para 17,7 milhões de euros, em 2018.

O ativo líquido do Montepio Geral Associação Mutualista, no final de 2018, totalizava 3.777 milhões de euros, traduzindo uma variação, face ao final de 2017, de -4,3%.

Em 2018, manteve-se o valor da participação na Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) / Banco Montepio, em 1.878 milhões de euros, correspondente a um valor bruto de investimento de 2.376 milhões de euros, ao qual está associada uma imparidade de 498
milhões de euros, constituída nos anos anteriores, decorrente do período de crise.

O valor líquido desta participação registou uma ligeira variação, em 31 de dezembro de 2018, “resultante da alienação de 158.920
ações da CEMG, a instituições diversas do setor social, num número expressivo de 33 entidades, incluindo a SCML, para concretizar a estratégia de reforço do posicionamento da CEMG como o banco da economia social em Portugal”.

“Em termos de valor, esta alienação foi irrelevante, mas, em termos estratégicos, teve um significado importante, permitindo alargar os vínculos de ligação e de representação da CEMG como o banco da economia social ao serviço das finalidades mutualistas e sociais”, diz a Associação Montepio.

A carteira de outras participações financeiras apresenta, em 31 de dezembro de 2018, um valor líquido de 206 milhões de euros,
representando 5,5% do ativo líquido da Associação Mutualista. “Esse valor compreende um valor bruto de 365 milhões e uma imparidade registada de 158 milhões de euros”, diz o comunicado.

Em 2018 verificou-se um acréscimo do valor de investimento na carteira de participações, de 35,4 milhões de euros, essencialmente originado no aumento das prestações acessórias de capital na Montepio Seguros, – SGPS, no montante de 35 milhões de euros, para reforço da sua margem de solvência.

O capital próprio, constituído pelos fundos próprios, excedentes técnicos, reservas de justo valor, reserva geral, outras reservas e
resultados transitados e resultado líquido do exercício, ascende a 753 milhões de euros, no final de 2018 (775 milhões em 2017).

 

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