O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, demitiu Doug Emhoff, marido de sua adversária democrata nas eleições americanas de 2024, Kamala Harris, do conselho de administração do Museu Memorial do Holocausto, em Washington.
Emhoff fez campanha contra o antissemitismo durante o governo de Joe Biden (2021-2025), o antecessor de Trump na Casa Branca. O ex-presidente democrata nomeou-o para o conselho da instituição.
“Permitam-me ser claro: a memória e a educação sobre o Holocausto jamais devem ser politizadas”, escreveu nas redes sociais Emhoff, que é judeu, nesta terça-feira, confirmando sua demissão.
“Transformar uma das piores atrocidades da história num tema que polariza é perigoso e desonra a memória dos seis milhões de judeus assassinados pelos nazistas”, acrescentou.
Emhoff é casado com Kamala Harris desde 2014. A ex-vice-presidente no governo Biden foi derrotada por Trump nas eleições do ano passado.
O conselho que supervisiona o Memorial do Holocausto na capital norte-americana é composto por 63 integrantes, dos quais 55 são nomeados pelo presidente americano.
Desde que voltou à Casa Branca, em janeiro, Trump congelou recursos e implementou medidas que atingem instituições culturais e educacionais, caso do Kennedy Center e da Universidade Harvard.
O republicano ainda procura ajustar contas com quem considera seu adversário, colocando na mira, por exemplo, escritórios de advocacia ligados a opositores, caso do empregador de Emhoff, Willkie Farr & Gallagher.
Segundo o jornal americano The New York Times, entre os demitidos do conselho do museu também estão o ex-chefe de gabinete da Casa Branca na gestão Biden, Ron Klain; a ex-assessora de política nacional Susan Rice, e um ex-assistente da ex-primeira-dama Jill Biden.
O escritório de recursos humanos da Casa Branca enviou um email aos integrantes do conselho nesta terça, também de acordo com a publicação, que dizia: “Em nome do presidente Donald J. Trump, escrevo para lhe informar que sua posição como membro do Conselho do Memorial do Holocausto dos Estados Unidos terminou, com efeito imediato”.
O conselho foi estabelecido pelo Congresso americano em 1980, e o Museu do Holocausto foi inaugurado em Washington em 1993.
Emhoff disse que o seu compromisso com a memória do Holocausto e contra o antissemitismo permanece intacto. “Continuarei a expressar-me, educando e lutando contra o ódio em todas as suas formas porque o silêncio nunca é uma opção”, afirmou.
O Holocausto foi uma política de extermínio sistemático que resultou em aproximadamente seis milhões de mortos. A morte de Adolf Hitler, o ditador nazi que comandou a Alemanha durante os assassinatos em massa, completa 80 anos esta quarta-feira.
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