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Mark Bourke diz que banco vai entregar aos acionistas mais 2,2 mil milhões de euros nos próximos três anos

De notar a ausência de perguntas dos analistas sobre o IPO (Oferta Pública Inicial) que está previsto para ser decidido em junho, estando prevista uma assembleia geral extraordinária marcada para 4 de junho.
6 Maio 2025, 14h41

O CEO do Novobanco esteve numa conferência de analistas, onde apresentou os resultados do primeiro trimestre, numa altura em que está em preparação um IPO (Oferta Pública Inicial), agora previsto para Junho. O Novobanco registou um resultado líquido de 177,2 milhões de euros, o que representa uma queda de 1,9% face aos 180,7 milhões de euros do primeiro trimestre do ano passado.

De notar a ausência de perguntas dos analistas sobre o IPO (Oferta Pública Inicial) que está previsto para ser decidido em junho, estando prevista uma assembleia geral extraordinária marcada para 4 de junho.

Tal como o Jornal Económico noticiou, o IPO já não se realiza em maio.

Depois de distribuir 1,1 mil milhões de euros, o Novobanco diz que “está a caminho de entregar mais 2,2 mil milhões de euros de capital disponível para distribuição nos próximos três anos, excluindo os 225 milhões de euros de dividendos distribuídos no segundo semestre do ano passado e os 1,1 mil milhões de euros de redução de capital”, segundo revelou a administração do banco na conference call.

O Novobanco comunicou ao mercado que foi aprovada uma redução de capital social no montante de 1,1 mil milhões de euros, com o objetivo de libertar excesso de capital, na Assembleia Geral de Acionistas realizada neste dia 5 de maio. O número de ações permanecerá inalterado, revela o banco.

O montante correspondente à redução será distribuído pelos acionistas no valor de 2,20 euros por ação, explica a instituição financeira liderada por Mark Bourke

Na sua apresentação o CEO destacou a menor exposição de Portugal e das empresas portuguesas às tarifas norte-americanas. “A economia portuguesa está estruturalmente menos exposta às tarifas dos EUA sobre a exportação de bens, enquanto se prevê que as medidas proactivas atenuem o impacto”, referiu.

Apesar da queda dos resultados no primeiro trimestre, o banqueiro disse que o Novobanco está no bom caminho para cumprir as orientações para 2025.  “O banco encontra-se na trajetória correta para atingir os objetivos propostos para o ano de 2025, com uma sólida performance assente na execução disciplinada da dinâmica comercial e do enfoque contínuo na eficiência”, refere o CEO.

O crescimento do crédito tem um guidance de cerca de 3% anual e supera já os 3% de crescimento anual no primeiro trimestre. O produto bancário tem como meta cerca de 4,1 mil milhões de euros para o ano de 2025 e no 1º trimestre atingiu os 363 milhões de euros. O rácio de cost-to-income (eficiência) está no trimestre em 34,5%, melhor que o guidance que é de 35%. O custo do risco de crédito, cuja meta é 20 a 30 pontos base, chegou a março a 17 pontos base.

Já a rentabilidade medida pelo RoTE também foi cumprida em março, já que o guidance é acima de 20% e está 21,7%.

O banco reportou um “Forte RoTE de 21,7%”; um rácio de capital CET1 em 16,0%, “com uma sólida geração de capital e um valor contabilístico tangível de 3.769 milhões de euros (+20,3% num ano) pró-forma para a redução de capital de 1,1 mil milhões de euros e considerando um pagamento de 60% para o resultado líquido do 1º trimestres de 2025”.

O banco diz que implementou uma estratégia de cobertura (hedge) proativa para proteger o risco de taxas de juro baixas e o seu impacto na conta de resultados, o que inclui medidas para reduzir a sensibilidade às taxas de juro. O banco fala num aumento da exposição do crédito à habitação a taxa fixa em +10 mil milhões de euros nos últimos 2 anos, com uma maturidade média residual de cerca de 6 anos. A carteira de crédito do Novobanco em março de 2025 tinha 22% de taxa fixa (+2pp desde o início do ano) dos quais 29% estão cobertos (-3pp).

“Hedging com uma duração média residual de 5 anos; estratégia de swap de taxa de juro contínua para a gestão contínua do risco; e reinvestimento contínuo na carteira ALCO para apoiar a cobertura estrutural”, são algumas das medidas.

No crédito malparado, o Novobanco tem um rácio de NPL bruto em 3,2%, com um nível de cobertura de 94,2%. A maioria da carteira de crédito (85%) está em Stage 3 (crédito vivo sem sinitralidade). Em Stage 2 (com risco) está 12% da carteira, e com imparidades (Stage 3) está 3% da carteira de crédito. Deste, 65% tem um atraso inferior a 1 ano, com exposição provisionada de acordo com o valor de mercado.

Novas alienações de imóveis reduzem a exposição do banco a Real Estate para 287 milhões de euros (-36% face ao período homólogo). Sendo que deste montante, uma pequena fatia de 25 milhões corresponde em ativos imobiliários recebidos por execução de crédito malparado.

Numa avaliação do ano passado, os analistas do JB Capital consideravam que os DTAs (ativos por impostos diferidos) “um tesouro escondido no Novobanco”.

O banco revelou hoje que tem 839 milhões de euros em DTA no seu balanço e 1.297 milhões fora do balanço. Os DTAs protegem o rendimento tributável do Novobanco e impulsionam a geração de capital.

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