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Atividade empresarial moçambicana sobe em abril e recupera há três meses consecutivos

“O crescimento foi sustentado por uma intensificação das vendas, o que ajudou a aumentar a produção e a fomentar uma nova subida no emprego. A procura de meios de produção também resultou nos aumentos mais rápidos das aquisições e dos inventários em quase três anos”, lê-se no relatório PMI de abril, consultado hoje pela Lusa.
7 Maio 2025, 16h41

O índice PMI de atividade empresarial em Moçambique subiu em abril, com a atividade e as vendas a crescerem pelo terceiro mês consecutivo, continuando a recuperar da tensão pós-eleitoral, segundo o Standard Bank, que conduz o inquérito.

“O crescimento foi sustentado por uma intensificação das vendas, o que ajudou a aumentar a produção e a fomentar uma nova subida no emprego. A procura de meios de produção também resultou nos aumentos mais rápidos das aquisições e dos inventários em quase três anos”, lê-se no relatório PMI de abril, consultado hoje pela Lusa.

Acrescenta que as cadeias de abastecimento “registaram uma nova recuperação, enquanto a inflação dos custos permaneceu relativamente moderada” e que, “como consequência, as empresas sentiram-se mais confiantes de que o crescimento da atividade continuará, com o sentimento a subir para o seu nível mais elevado desde maio de 2024”.

O índice PMI (Purchasing Managers Index, em inglês) subiu de 50,2 em março para 50,5 em abril, ficando acima do valor neutro de 50 pelo terceiro mês consecutivo, aponta o estudo, referindo igualmente que o “indicador mais recente registou um aumento ligeiro das condições de operação do setor privado em Moçambique”.

Indicadores do PMI acima de 50 pontos apontam para uma melhoria nas condições das empresas em relação ao mês anterior, enquanto indicadores abaixo desse valor mostram uma deterioração.

Os níveis totais de produção subiram em abril “pelo terceiro mês consecutivo, apesar de o ritmo de expansão ter abrandado para o valor mais baixo neste período”.

“Os novos clientes e o aumento das vendas foram muitas vezes associados a uma recuperação, assim como à maior eficiência e aos esforços para aumentar a qualidade dos produtos e serviços. Uma subida na procura incentivou as empresas a contratar mais pessoal. Apesar de o aumento do emprego ter sido o mais rápido dos últimos oito meses, foi ligeiro e compensou apenas parcialmente uma redução moderada em março”, lê-se ainda.

As expectativas em relação à produção futura “foram igualmente reforçadas em abril”, com 42% das empresas inquiridas a admitirem que esperam “que a atividade aumente ao longo do ano, fazendo com que o nível geral de otimismo tenha atingido o ponto mais alto dos últimos 11 meses”.

“O aumento das vendas e o desenvolvimento de produtos foram muitas vezes salientados como base de suporte para as previsões. Outro fator que ajudou a aumentar a confiança foi uma recuperação gradual das cadeias de abastecimento após as interrupções no final de 2024 e no início deste ano num contexto de protestos pós-eleitorais”, sublinha o estudo PMI.

O indicador PMI, publicado mensalmente pelo Standard Bank, resulta das respostas de diretores de compras de um painel de cerca de 400 empresas do setor privado.

Entre novembro de 2024 e janeiro de 2025, período de forte agitação social, com manifestações e paralisações generalizadas no país, de contestação pós-eleitoral, o índice PMI registou valores negativos.

O economista-chefe do Standard Bank, Fáusio Mussá, citado no documento, sublinha que “pela primeira vez desde junho de 2024, todos os subíndices do PMI atingiram um valor igual ou superior a 50”, o que denota “expansões mensais consecutivas na atividade económica em abril”, implicando “que o setor privado ainda se encontra em recuperação do impacto negativo dos protestos que se seguiram às eleições de outubro de 2024”.

“Contudo, a melhoria do sentimento contrasta com a maior incerteza global e os desenvolvimentos internos negativos, manifestados no facto de o programa de três anos do Fundo Monetário Internacional ter sido suspenso em abril e de os Estados Unidos da América terem reduzido a assistência ao desenvolvimento. Isto implica novas pressões fiscais e de liquidez no mercado cambial”, conclui Mussá.

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