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Altri investe 75 milhões na conversão da Biotek para produzir fibras solúveis

“Este investimento, que tornará a Altri um dos produtores de referência de fibras para têxtil da Europa, ultrapassa 75 milhões de euros, contando com o apoio da AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal”, explica a empresa.
20 Maio 2025, 12h00

A Altri vai converter a sua unidade Biotek, localizada em Vila Velha de Ródão, que atualmente produz pasta branqueada para papel (BEKP) passando a produzir, na conclusão do projeto, fibras solúveis (DWP) maioritariamente destinadas à indústria têxtil.

A capacidade de produção de fibras solúveis atingirá 180 mil toneladas/ano, diz a empresa. “As fibras solúveis destinam-se à indústria têxtil, farmacêutica e alimentar, constituindo um mercado avaliado em cerca de 6 mil milhões de euros”, adianta a Altri.

Para essa conversão a Altri vai investir 75 milhões de euros. O investimento conta com o apoio do Estado Português, através da AICEP  – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal.

O investimento da Altri deverá estar concluído no final de 2026. Após a conclusão, o Grupo contará com uma capacidade de produção instalada superior a 300 mil toneladas/ano, totalmente direcionada aos mercados externos, tendo em consideração que a sua unidade Caima, localizada em Constância, está exclusivamente dedicada ao fabrico desta matéria prima.

“Estamos muito satisfeitos com todo o apoio e suporte que sentimos por parte da AICEP e do Ministério da Economia na concretização do investimento. Um investimento crítico para Portugal, que passa a contar com duas unidades industriais que produzem fibras solúveis, maioritariamente orientadas para a indústria têxtil, dando um forte contributo para a descarbonização da fileira”, adianta José Soares de Pina, CEO da Altri.

O gestor adianta que “é fundamental o comprometimento de toda a sociedade na construção de um mundo mais sustentável e na progressiva adoção de produtos de base natural, sustentáveis e recicláveis”.

O CEO da Altri afirma ainda que “a conversão desta unidade apresenta fortes ganhos ambientais, incluindo no processo de fabrico, utilizando as mais modernas tecnologias. Este investimento transformará a Altri num Grupo de referência europeu na produção de fibras para a indústria têxtil e num forte contribuinte para a descarbonização”.

As fibras solúveis (DWP) são uma matéria prima de base para um conjunto alargado de produtos, entre os quais na indústria têxtil, sendo um substituto natural das fibras de origem fóssil. A sua aplicação estende-se a outros produtos nomeadamente na área farmacêutica mas também na indústria alimentar, produtos de higiene ou certo tipo de embalagens.

“Estima-se que o mercado de fibras solúveis tenha um valor de cerca de 6 mil milhões de euros e deverá atingir os 7,6 mil milhões de euros em 2033. A procura global de fibras solúveis é liderada pela Ásia[2], que absorve cerca de 6,5 milhões de toneladas, com a Europa ocidental a consumir 0,6 milhões e a América do Norte 0,5 milhões”, refere o Grupo Altri.

Segundo a empresa, a crescente procura de produtos à base de biomateriais, criou oportunidades para a transformação de bio fábricas que transformavam madeira em pasta papeleira para unidades mais eficientes e com menor pegada ambiental, passando a fabricar fibras solúveis. Mais de 71% das marcas de modo comprometeram-se a substituir fibras de origem fóssil por fibras de origem natural. Em termos globais, de acordo com estudos realizados, 63%1 dos consumidores expressam a sua preferência por produtos ambientalmente sustentáveis.

A Europa responde, em 2025, por 14% da capacidade de produção instalada de fibras solúveis, com os maiores produtores a estarem localizados na Alemanha, Suécia e Áustria.

 

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