O Crédito Agrícola apresentou um resultado líquido de 99,8 milhões de euros no final do primeiro trimestre do ano, correspondente a uma redução homóloga de 14,4 milhões de euros, ou menos 12,6%. Mesmo assim, aquele resultado é 8,8 milhões de euros superior face ao quatro trimestre, correspondente a mais 9,7%. A rentabilidade de capitais próprios ascendeu a 14,5% no primeiro trimestre.
A margem financeira caiu 16,8% para 170,8 milhões de euros, e explica a queda do produto bancário core que se cifrou em 230,9 milhões de euros, representando uma quebra homóloga de 33,6 milhões de euros (-12,7%).
Ao contrário dos concorrentes, o banco liderado por Lícinio Pina viu a receita em comissões cair 2,6 milhões de euros (-6,7%) para 35,4 milhões, pese embora o crescimento nos resultados de contratos de seguros de 3,3 milhões de euros (+15,5% face ao trimestre homólogo do ano anterior).
O produto bancário caiu 11,3% para 231,7 milhões de euros.
Os custos de estrutura subiram 6,9% para 231,7 milhões de euros. Assim, o rácio de eficiência registou uma evolução homóloga de +8,4 p.p. piorando para 49,1%, face aos 40,8% que se registaram no período homólogo, justificado pelo crescimento dos custos operacionais, bem como pelo desempenho da componente do Produto Bancário.
O banco especializado no setor agrícola revelou que as imparidades e provisões do exercício foram revertidas em 12,2 milhões de euros, o que compara com um reforço líquido de 5,0 milhões de euros no período homólogo. “As provisões do exercício verificaram uma reversão líquida de 1,7 milhões de euros no 1º trimestre de 2025, que compara com um reforço líquido de 300 mil de euros em março de 2024 (uma variação homóloga positiva de 2,0 milhões de euros).”, diz o banco
Verificou-se uma reversão líquida de imparidades de crédito no montante de 12,4 milhões de euros, incluindo o impacto positivo de 7,0 milhões de euros em recuperações de créditos e juros incobráveis (créditos abatidos ao activo), representando uma evolução positiva de 17,2 milhões de euros em comparação com o reforço de 4,8 milhões de euros registado um ano antes. Consequentemente, o custo do risco de crédito cifrou-se em -0,10% no trimestre uma redução de 0,14 p.p. face aos 0,04% registados no primeiro trimestre de 2024.
No balanço, a carteira de crédito a clientes (bruto) teve um crescimento de 223,0 milhões de euros face a dezembro de 2024 (+1,7%), para 12.965 milhões de euros, ligeiramente superior à taxa de crescimento do mercado como um todo, cifrando-se a quota de mercado do Crédito Agrícola em 6,0%.
Ainda segundo o comunicado oficial sobre o balaço do trimestre, os depósitos de clientes ascenderam a 21.986 milhões de euros no final de março de 2025, o que compara com 22.019 milhões de euros em dezembro de 2024 (-0,2%), com a quota de mercado do Crédito Agrícola a cifrar-se em 8,0% em março de 2025.
Quanto à qualidade da carteira de crédito, o rácio bruto de Non Performing Loans (NPL) situou-se em 4,5% em março de 2025, “continuando a sua trajetória descendente de longo prazo, com uma melhoria de 0,1 p.p. por comparação com 4,6% no final de dezembro de 2024 e de 1,9 p.p. face a 6,4% em março de 2024”.
A cobertura por imparidades é de 56,8%, comparando mal com os concorrentes.
O banco destaca que “a exposição em incumprimento na carteira de crédito à habitação representava 0,5% da exposição total de crédito e 13,0% da exposição total em incumprimento em 31 de Março de 2025, ou seja, menos 10,3 p.p. que o registado no final de março de 2024”.
Durante o 1º trimestre deste ano, a exposição imobiliária do Grupo CA reduziu 2,2% face a Dezembro de 2024, para 296,2 milhões de euros (exposição bruta directa e indirecta). A cobertura por imparidades da exposição imobiliária bruta cifrou-se em 53,9% no final de Março de 2025 (53,4% no final de Dezembro de 2024).
Em termos de capital e liquidez em 31 março de 2025, os rácios do Grupo Crédito Agrícola CET1 e Fundos Próprios Totais ascendiam a 24,3% (incluindo o resultado líquido do exercício), o rácio de alavancagem ascendia a 10,3% (incluindo resultado líquido do exercício), o rácio de cobertura de liquidez (LCR) atingia 389,7% e o rácio de financiamento estável (NSFR) 179,9%, todos confortavelmente acima dos níveis mínimos recomendados ou requeridos.
“O nível de fundos próprios de 2.768 milhões de euros (incluindo resultado líquido do exercício de março de 2025 no perímetro prudencial de 94,1 milhões de euros) e a dívida sénior emitida de 646,8 milhões de euros permitem ao Grupo atingir um rácio MREL TREA + CBR de 29,98%, superando desta forma o requisito mínimo em vigor desde setembro de 2024 (25,79%), no âmbito do ciclo 2023, com margem de conforto de 4,19 p.p. à data de 31 de março de 2025”, especifica o documento.
De acordo com Licínio Pina, presidente do Grupo Crédito Agrícola, citado pelo comunicado, “o desempenho do Grupo no primeiro trimestre de 2025, revelou-se muito positivo face às condições de ajustamento de taxas verificadas nos mercados, na sequência da descida constante e persistente das taxas Euribor auxiliadas pelos cortes sucessivos das taxas diretoras do BCE”.
(atualizada)
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