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“Não devemos ter excedente, mas, a haver défice, não deve ser pronunciado”, diz Paulo Trigo Pereira

Estabilidade interna até ganhou com as eleições do passado fim-de-semana, dada a fragilidade com que o PS encara esta legislatura e a maior probabilidade de acordos. Aumentos salariais pressionarão contas e defesa é uma questão para orçamento europeu.
25 Maio 2025, 11h00

Paulo Trigo Pereira, economista a Estabilidade interna até ganhou com as eleições do passado fim-de-semana, dada a fragilidade com que o PS encara esta legislatura e a maior probabilidade de acordos. Aumentos salariais pressionarão  contas e defesa é uma questão para orçamento europeu.

Como é possível cumprir um orçamento deste ano nestas condições e começar a construir o do próximo ano?
Em relação ao ano corrente, as notícias não são muito boas. Tivemos uma projeção de decréscimo do PIB em cadeia, e, portanto, provavelmente o crescimento do PIB será menor do que o previsto no OE. Em relação à execução orçamental deste ano, espera-se que seja pior do que o previsto. Provavelmente não vamos ter excedente, mas eu diria que as coisas ainda estão relativamente controladas. A haver défice, não deve ser muito pronunciado.

Muita desta incerteza vem da questão comercial e das tarifas dos EUA…
O impacto das tarifas na economia portuguesa não deverá ser muito grande. Houve um recuo brutal em relação à política tarifária de Trump em relação à China. Portanto, não penso que haja daí grande problema. A maior dificuldade a prazo, e em relação a 2025, também não é na instabilidade política nacional. Estas eleições, apesar de tudo, em certa medida, trouxeram mais estabilidade. Com o PS enfraquecido, obviamente que vai viabilizar este orçamento. E, ao contrário do que sucedia há um ano, a AD tem mais votos do que os partidos de esquerda.

O que significa que só se o Chega se aliasse aos partidos de outra política – que não é nada que não possa acontecer – é que poderia haver uma crise. No ano que vem, é a questão dos acordos salariais em relação a vários setores na função pública – vão entrar em pleno e em maior peso na despesa pública no ano que vem. Isso vai ter um impacto nas finanças públicas e tudo dependerá de qual for o crescimento económico em 2026.

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