A coligação do presidente em exercício da Venezuela, Nicolás Maduro, obteve 82,68% dos votos nas listas nacionais para as eleições legislativas, enquanto se aguarda a contagem dos resultados para cada círculo eleitoral. A afluência às urnas, segundo o CNE, foi de pouco mais de 42% – o que ensombra a vitória – com a oposição a contestar esta participação, dado ter apelado ao boicote eleitoral.
O partido do residente obteve assim, este domingo, uma vitória esmagadora nas eleições legislativas e regionais, que ficaram também marcadas pela detenção de 70 pessoas, dando nota da tensão política que acompanha o próprio regime. Entre as 70 pessoas detidas antes do escrutínio, conta-se Juan Pablo Guanipa, um dirigente da oposição próximo da líder Maria Corina Machado, detido na sexta-feira e acusado de pertencer a uma “rede terrorista” que procurava “sabotar” as eleições de domingo.
De acordo com os números oficiais do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que costumeiramente são recusados pela oposição, o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) ganhou 23 dos 24 cargos de governador, deixando apenas o estado de Cojedes, no centro-oeste, para a oposição.
Mais de 400 mil membros das forças de segurança foram destacados para as várias assembleias de voto. “Esta vitória é a vitória da paz e da estabilidade para toda a Venezuela”, disse Maduro perante os apoiantes. “Hoje, a Revolução Bolivariana mostrou que é mais relevante e mais forte do que nunca. Hoje, demonstrámos a força do chavismo”, acrescentou Maduro, ao falar sobre o movimento fundado por Hugo Chavez, de que se diz ser o herdeiro político.
Do seu lado, a oposição fala em “declaração silenciosa mas poderosa do desejo de mudança”: “o que o mundo viu hoje foi (…) uma declaração silenciosa mas poderosa de que o desejo de mudança, dignidade e futuro permanece intacto”, escreveu nas redes sociais, Edmundo Gonzalez Urrutia, que reclama a vitória nas eleições presidenciais de julho e que se encontra exilado em Espanha.
Também Maria Corina Machado disse num vídeo publicado nas redes sociais durante a noite que a oposição tinha “desmascarado esta grande farsa” e, tal como no passado, deixou um apelo ao exército: “O país exige [aos militares] que cumpram o seu dever constitucional e sejam os garantes da soberania popular, agora é o momento de agir”.
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