As nações mais vulneráveis do planeta estão a enfrentar uma “onda gigante” de dívidas, à medida que o boom de empréstimos chineses começa, alertou um novo estudo citado pelo “The Guardian”.
A análise, publicada na terça-feira pelo Lowy Institute (instituto australiano de estudos sobre política externa), afirma que, em 2025, os 75 países mais pobres terão que pagar uma dívida recorde de 22 mil milhões à China.
“Agora, e pelo resto desta década, a China será mais uma cobradora de dívidas do que uma banqueira do mundo em desenvolvimento”, diz o relatório. A pressão para pagar está a pressionar o financiamento local para a saúde e educação, bem como para a mitigação das mudanças climáticas.
“Os empréstimos da China entraram em colapso exatamente quando eram mais necessários, criando, em vez disso, grandes saídas financeiras líquidas quando os países já estavam sob intensa pressão económica”, refere o documento.
A onda de empréstimos transformou a China no maior fornecedor de empréstimos bilaterais, atingindo um total de mais de 50 mil milhões em 2016 — mais do que todos os credores ocidentais juntos.
O governo chinês nega as acusações de que cria deliberadamente armadilhas de dívida. Os países beneficiários também reagiram, argumentando que a China era um parceiro mais confiável e ofereceu empréstimos cruciais quando outros recusaram.
A China continua a financiar alguns parceiros estratégicos, incluindo Paquistão, Cazaquistão, Laos e Mongólia, bem como países que produzem minerais e metais essenciais, como Argentina, Brasil e Indonésia.
No entanto, a situação também colocou a China numa situação difícil, dividida entre a pressão diplomática para reestruturar dívidas insustentáveis em países vulneráveis e a pressão interna para cancelar empréstimos.
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