África representa uma excelente oportunidade para as empresas portuguesas num contexto de incerteza a nível europeu e mundial. A reflexão foi deixada por Paulo Portas, vice-presidente da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa, na quarta edição do “Growth Forum – The Global Commerce Exchange”, uma organização da Câmara de Indústria e Comércio Portuguesa, que contou com o JE, Forbes Portugal e Forbes África Lusófona como media partners.
“O resto do mundo está demasiado incerto e mesmo com os seus problemas, África é um continente mais sossegado”, começou por referir o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros.
Para Paulo Portas, Portugal tem uma palavra a dizer nas organizações internacionais: “É esta universalidade da dimensão externa de Portugal e o seu conhecimento que pode afinar o peso das organizações internacionais quando pensam em África. Portugal conhece África de forma singular e tem uma relação invejável com este continente. A relação com África é o que nos dá soft power”, realçou.
Numa crítica explícita à política comercial de Donald Trump, “não é com tarifas insustentáveis de dois dígitos que se conquistam aliados”, destacou Paulo Portas. Da mesma forma, destaca, “não é com condescendência que se entra em África, é um grande erro que se entre dessa forma neste continente”.
Este dirigente da CCIP destacou que África tem sido o continente menos atingido pelas tensões comerciais globais: “O crescimento será acima do crescimento médio do planeta, ainda que não seja suficiente”. Ainda assim, Senegal (8,8%), Uganda (7,2%), Ruanda (7,1%) lideram o crescimento para 2025. E quanto aos lusófonos? Portas diz que “todos estão melhor do que em 2024 à exceção de Moçambique devido à instabilidade interna”: Guiné-Bissau vai crescer 5,7%, Cabo Verde terá uma subida de 4,9%, Angola (4,1%), São Tomé (3,9%) e Moçambique (3,8%).
Numa análise ao investimento estrangeiro no continente africano, deixa uma nota que pode dar esperança à Europa: “Há um relativo decréscimo do investimento chinês em África, atingiu o seu pico. É uma notícia importante para a Europa e uma oportunidade. E sublinha: “África é uma potência energética de petróleo e gás. Mas não apenas nestes dois recursos; a segunda maior instalação solar do mundo está em Marrocos, e o país também tem condições para energia hídrica.
Paulo Portas não tem dúvidas que “África é uma grande oportunidade para as nossas empresas” e lança um repto a dois Ministérios do Governo português: “É preciso que os Negócios Estrangeiros e Economia não deixem morrer a ligação à geração no países lusófonos que ainda ligação a Portugal. África pode crescer mais porque tem um potencial extraordinário”.
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