Sem abrir o jogo quanto a futuras decisões do Banco Central Europeu (BCE), a presidente Christine Lagarde sublinhou repetidas vezes que a autoridade monetária está “numa boa posição” para responder e reagir à incerteza que reina na economia global. Ainda assim, não houve sinais claros sobre as próximas decisões, isto numa altura em que cresciam as vozes apelando a uma pausa em julho.
O BCE decidiu baixar novamente os juros pela oitava vez no atual ciclo monetário, levando o indicador até 2%, ou seja, em linha com o objetivo de médio prazo do banco para a inflação. Quanto a mexidas após a reunião desta quinta-feira, Lagarde manteve tudo em aberto, esquivando-se sucessivamente a perguntas sobre o futuro imediato da política monetária europeia.
A presidente do BCE reconheceu que classificar o Conselho de Governadores como “confiante talvez seja um exagero, mas estamos numa boa posição” para fazer face à incerteza que tem dominado a economia global.
“Temos é de estar preparados para, reunião a reunião, ir avaliando os dados que forem surgindo”, frisou, rejeitando que a manutenção da previsão de crescimento para este ano sinalize que os juros já não deverão descer na próxima reunião.
O banco central lançou as atualizações das projeções macro do BCE, que mantiveram a expectativa de crescimento este ano em 0,9%, embora cortando 0,1 pontos percentuais (pp) da projeção para 2026. O banco espera agora um avanço real de 1,1% em 2026, mantendo sem mexidas a previsão de 1,3% para o ano seguinte.
Lagarde argumentou ainda que, nesta fase, já não faz sentido falar na “direção” dos juros, dado que essa linguagem apenas era relevante “quando estávamos a distantes do nosso objetivo” para a inflação, ao passo que a taxa terminal é um conceito útil apenas “na ausência de choques”.
“Quem me dera a mim que não tivesse havido estes choques… Mas lidámos com eles decentemente”, resumiu.
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