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Cruz Vermelha alerta para pobreza estrutural transversal em Portugal

Segundo a CVP, em 2024 mais de 35 mil pessoas foram apoiadas com o programa alimentar da CVP, sendo que entre as iniciativas se destaca o Cartão Dá CVP, que promove uma resposta com dignidade e autonomia, contando com mais de 626 mil euros recarregados.
6 Junho 2025, 18h14

A pobreza estrutural, a privação material e habitacional, a precariedade energética e a vulnerabilidade das mulheres e famílias monoparentais são fenómenos transversais em Portugal, alerta a Cruz Vermelha Portuguesa (CVP).

Segundo a CVP, em 2024 mais de 35 mil pessoas foram apoiadas com o programa alimentar da CVP, sendo que entre as iniciativas se destaca o Cartão Dá CVP, que promove uma resposta com dignidade e autonomia, contando com mais de 626 mil euros recarregados.

A crise no setor da habitação também foi evidente, com os apoios económicos atribuídos através do programa Mais Feliz cresceram 47,6%. Já para combater a pobreza energética, a CVP lançou um projeto-piloto para apoiar famílias incapazes de manter a casa aquecida, num país onde cerca de 20% da população vive em privação térmica no inverno.

A violência doméstica é outra das realidades que assombra a nossa sociedade, com cerca de 740 mulheres a serem acolhidas em estruturas de emergência. Já em relação a casos de solidão e isolamento social, a CVP recebeu mais de 32 mil chamadas.

Durante 2024 registou-se um aumento de 76% nos beneficiários apoiados pelas equipas de rua que se encontravam em situação de sem abrigo.

António Saraiva afirma que “a pobreza que enfrentamos já não se vê só nas ruas — mas sente-se nas casas, nas mesas vazias, na solidão. E é por isso que a Cruz Vermelha tem de estar no terreno, todos os dias. Mas não o pode fazer sozinha. Precisamos de todos. Da mobilização da sociedade civil, das empresas e das entidades públicas. Precisamos de apoios para continuar a chegar a quem precisa, onde precisa, quando precisa”.

Sublinha ainda que “a resposta social tem de ser uma prioridade nacional. Temos de inverter o ciclo da exclusão, e isso exige investimento, estratégia e compromisso. A Cruz Vermelha está pronta. Mas não chega sermos resilientes. Precisamos de meios. Só assim transformamos solidariedade em dignidade.”

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