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Novobanco: DBRS diz que é “a maior aquisição transfronteiras europeia dos últimos 10 anos”

A DBRS acredita que o setor bancário português já é bastante competitivo e não necessitava de mais consolidação interna. A entrada do BPCE no mercado português “enfrentará menos ventos contrários”.
IPO Novobanco
13 Junho 2025, 16h42

A DBRS Morningstar pronunciou-se sobre a aquisição do Novobanco pelo Groupe BPCE, uma das principais instituições bancárias em França e na Europa, num negócio avaliado em 6,4 mil milhões de euros por 100% do capital social.

O BPCE chegou a acordo com o fundo Lone Star que tem 75% do banco.

O comunicado da agência de notação financeira canadiana destaca que “a aquisição representa a maior aquisição transfronteiras europeia dos últimos 10 anos”. O BPCE também está em negociações com o Governo português, que possui 11,5% das ações do Novobanco, e com o Fundo de Resolução Bancária português, que detém 13,5% das ações, para adquirir as restantes participações, salienta a mesma nota.

A DBRS considera esta operação como “o culminar de uma transformação que se tem verificado ao longo dos anos no Novobanco” e uma representação da mudança estrutural no setor bancário português.

O Novobanco surgiu do colapso do Banco Espírito Santo em 2014, e a Lone Star comprou a sua participação em 2017 por mil milhões de euros, acrescenta o documento. Desde então, o Novobanco “tornou-se um dos bancos mais eficientes e rentáveis da Europa”, com um rácio cost-to-income inferior a 35% e uma rendibilidade dos capitais próprios tangíveis superior a 20% no primeiro trimestre de 2025.

O comunicado também menciona que “as implicações para o sistema bancário português, com este negócio, são mais limitadas do que as soluções alternativas”, como a possibilidade de bancos concorrentes adquirirem o Novobanco.

A DBRS acredita que o setor bancário português já é bastante competitivo e não necessitava de mais consolidação interna. A entrada do BPCE no mercado português “enfrentará menos ventos contrários” e “ilustra a confiança renovada no sistema bancário português”.

Segundo o comunicado, para o BPCE, a aquisição do Novobanco traduz o avanço do seu plano estratégico de diversificação para fora do mercado francês. “O grupo já está presente em Portugal com mais de 3.000 colaboradores através das redes bancárias Banque Populaire e Caisse d’Epargne, assim como através do Oney Bank e do Banco Primus”, diz a DBRS.

Após a aquisição, Portugal passará a ser o segundo maior mercado de banca de retalho do BPCE.

A DBRS espera que a aquisição beneficie a capacidade de gerar lucros do BPCE. O grupo reportou um resultado líquido de 3.675 milhões de euros em 2024, o que compara com os 744 milhões de euros do Novobanco.

O BPCE planeia financiar a compra com fundos próprios, mantendo um rácio CET1 acima dos 15% após a transação. O grupo espera fechar a operação no primeiro semestre do próximo ano, após as aprovações necessárias.

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