O Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica executou a sua resposta decisiva e precisa contra dezenas de alvos, centros militares e bases aéreas do regime sionista usurpador nos territórios ocupados”, disse a Guarda em comunicado divulgado pelos media estatais.
Em Israel, o governo apressou-se a alertar a população da capital, Telavive, e de Jerusalém para que se refugiassem em abrigos o mais rapidamente possível. Entretanto, as forças de defesa de Israel estão a tentar intercetar os mísseis lançados sobre o Estado hebraico.
Autoridade israelitas dizem que o Irão pagará um “preço insuportável” pelos ataques com mísseis em áreas civis. Terão sido disparados cerca de 200 mísseis. “O Irão pagará um preço insuportavelmente alto por seus disparos contra áreas civis”, disse uma fonte citada por vários jornais israelitas.
Israel diz que, ao contrário do que fez na noite passada, o Irão está a atacar zonas civis e que por essa razão haverá uma retaliação. Segundo algumas fontes, cerca de 10 milhões de israelitas estão em refúgios neste momento – numa altura em que alguns mísseis conseguiram ‘furar’ a chamada cúpula de ferro que mantém inviolável o céu de Israel. Segundo costuma dizer o exército israelita, esta defesa antiaérea costuma ter um grau de eficácia de cerca de 96% – mas eventualmente, desta vez, estará abaixo desse valor.
Aparentemente, está neste momento a suceder uma terceira vaga do ataque iraniano: mais mísseis estão a caminho do Estado hebraico. Mas, estranhamente, e segundo a imprensa israelita, o Comando da Frente Interna das Forças de Defesa (IDF) diz que os civis podem deixar os abrigos antiaéreos após os bombardeamentos de mísseis balísticos do Irão, mas devem permanecer perto deles até novo aviso.
Na etapa inicial, 100 mísseis foram disparados contra Israel a partir de Shiraz, refere a imprensa iraniana, que tem o Ministério da Guerra de Israel entre os alvos contra os quais o Irã está a disparar. Os ataques retaliatórios, que o regime considera legítimos, é chamada ‘Operação Verdadeira Promessa 3’. Os ataques com mísseis e drones ao regime sionista começaram “quando o líder da Revolução Islâmica se dirigia à nação iraniana, prometendo que as Forças Armadas criariam uma situação miserável ao regime de ocupação”, refere um dos jornais iranianos.
“Definitivamente, as Forças Armadas da República Islâmica desferirão um grande golpe no inimigo maligno”, disse o aitolá Khamenei. Antes de iniciar o ataque retaliatório contra Israel, o novo chefe da Guarda Revolucionária Iraniana (IRGC), Mohammad Pakpour, disse que as “portas do inferno” se abririam para Israel. Pakpour também afirmou que os ataques do Irão seriam “amargos e dolorosos”.
O presidente do parlamento iraniano, Mohammad Baqer Qalibaf, disse por seu turno que o regime sionista iniciou a guerra, mas que é o Irão que decidirá sobre seu fim.
Netanyahu disse que o regime iraniano nunca esteve tão fraco e que esta era uma oportunidade para o povo iraniano se levantar contra o regime. Direcionando a sua mensagem ao povo iraniano, disse que o povo israelita estava com eles. Sabe-se entretanto que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump já falou com Netanyahu – e também com o líder da Arábia Saudita. O estrondo das explosões pôde ser ouvido em Jerusalém, e as estações de TV israelitas mostraram nuvens de fumo subindo em Telavive, após o ataque de míssil. Mas, para já, não houve relatos imediatos de vítimas mortais, mas já há feridos. Algumas fontes dizem que há pelo menos 35 feridos. Os ataques de Israel causaram, segundo o Irão, 78 mortos e mais de 300 feridos.
Abbas Araqchi, o ministro das Relações Exteriores da república islâmica, disse em conversa telefónica com o seu homólogo britânico, David Lammy, que Teerão não aceita os apelos à moderação. Dando continuidade às consultas internacionais sobre a situação na região, o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, conversaram por telefone, refere a imprensa iraniana.
Rafael Grossi, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica, anunciou que as instalações terrestres do Irão , onde urânio enriquecido a 60% era produzido, foram destruídas durante os ataques israelitas que começaram esta noite. E relatou a ocorrência de contaminação radiológica e química dentro da unidade de Natanz. Ao mesmo tempo, disse que a contaminação radiológica pode ser controlada com medidas apropriadas. Natanz abriga instalações que incluem duas unidades de enriquecimento: a enorme Unidade de Enriquecimento de Combustível (FEP) subterrânea e a Unidade Piloto de Enriquecimento de Combustível (PFEP) acima do solo, que acaba de ser destruída, de acordo com Rafael Grossi.
Um grupo de oposição iraniano exilado revelou em 2002 que o Irão estava a construir Natanz secretamente, dando início a um impasse diplomático entre o Ocidente e o país sobre suas intenções nucleares, que continua até agora. O FEP foi construído para enriquecimento em escala comercial, com capacidade para 50 mil centrifugadoras. Atualmente, cerca de 16 mil estão instaladas, das quais aproximadamente 13 mil estão, ou estavam até hoje, em operação, refinando urânio com até 5% de pureza. Fontes com conhecimento de Natanz descrevem a FEP como estando cerca de três andares abaixo do solo.
O embaixador do Irão em Portugal, Majid Tafreshi, garante, em declarações à Antena 1, que se o Conselho de Segurança das Nações Unidas ficar em silêncio perante o ataque de Israel, o Irão pode fazer o que for necessário para se defender. Também ouvido pela Antena 1, Oren Rozenblat, embaixador de Israel em Portugal, acredita que Israel tem o direito de agir mediante o que considera ser uma ameaça por parte do Irão. Os alvos atacados por Israel tinham em vista o programa nuclear do Irão. Apesar de Israel ser uma potência nuclear, o país liderado por Netanyahu não concorda que o Irão tenha armas nucleares, mas Oren Rozenblat explica que ao contrário de Israel, o Irão ameaça outros países.
O enviado do Irão às Nações Unidas – que estão reunidas de emergência – disse que os ataques de Israel disse que os Estados Unidos são cúmplices. Amir Saeid Iravani, afirmou que “ao auxiliar e possibilitar esses crimes, eles partilham total responsabilidade pelas consequências”. No mesmo encontro, o representante de Israel reafirmou o direito de Israel a defender-se.
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