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“O trabalho remoto não está a desaparecer, está a amadurecer”, diz Adecco Portugal

De acordo com a Adecco Portugal, o modelo híbrido continua a afirmar-se como o mais adotado, mas o mercado está fragmentado. Enquanto setores como tecnologia, marketing e serviços partilhados mantêm uma forte aposta na flexibilidade, a indústria, banca ou saúde têm vindo a reforçar o regresso físico aos espaços de trabalho.
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22 Junho 2025, 11h50

A Adecco Portugal analisa o estado atual do trabalho remoto em Portugal e os desafios das empresas para encontrar um modelo sustentável de produtividade, bem-estar e cultura organizacional.

Depois de vários anos a consolidar-se como um modelo dominante, o trabalho remoto parece ter chegado a um ponto de viragem. É que, segundo a Adecco, enquanto algumas empresas reforçam o compromisso com formatos flexíveis, outras iniciam um movimento de regresso ao escritório e muitas ainda procuram o equilíbrio ideal entre produtividade, bem-estar e cultura organizacional.

Esta tendência está, no entanto, longe de ser linear. “O modelo híbrido continua a afirmar-se como o mais adotado, mas o mercado está fragmentado: setores como tecnologia, marketing e serviços partilhados mantêm uma forte aposta na flexibilidade, enquanto áreas como indústria, banca ou saúde têm vindo a reforçar o regresso físico aos espaços de trabalho”.

Alexandra Andrade, country manager da Adecco Portugal, traça o retrato: Não existe um modelo único. O verdadeiro desafio das empresas hoje está em encontrar fórmulas que garantam performance e proximidade, sem comprometer o equilíbrio e a motivação das equipas”.

Desta forma, a flexibilidade continua a ser valorizada — mas precisa de estrutura e intenção. de acordo com o estudo “Global Workforce of the Future”, do Grupo Adecco, mais de 60% dos profissionais em todo o mundo consideram o modelo híbrido como o seu formato ideal de trabalho. No entanto, um em cada três colaboradores afirma sentir-se menos ligado à empresa desde que deixou o escritório.

“O trabalho remoto não está a desaparecer — está a amadurecer. As empresas que conseguirem desenhar experiências consistentes, cuidar da cultura interna e manter a proximidade, independentemente do formato, vão liderar o futuro do trabalho,” reforça Alexandra Andrade.

Principais tendências do trabalho remoto em 2025

  • Setores divididos: áreas mais digitais continuam a permitir total ou parcial flexibilidade, enquanto setores mais operacionais ou regulados exigem maior presença física.
  • Regresso gradual ao escritório: empresas em várias geografias estão a testar novos limites para o trabalho presencial — muitas vezes impulsionadas por preocupações com cultura interna, engagement e produtividade.
  • Desafios para os colaboradores: sentimentos de isolamento, dificuldade em desligar, barreiras à progressão de carreira e menor sentimento de pertença continuam a ser apontados como riscos em modelos 100% remotos.
  • Modelos híbridos mais estruturados: a fase de improviso ficou para trás. As organizações procuram agora definir políticas claras, com métricas, rituais de equipa, momentos presenciais regulares e tecnologia de suporte à colaboração.
  • Cultura organizacional como fator decisivo: em contextos flexíveis, a cultura deixa de estar “visível” no espaço físico e passa a depender da liderança, da comunicação e do propósito partilhado. O engagement tornou-se uma prioridade de gestão.
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