Os Estados Unidos bombardearam, na última noite, Fordow, Isfahan e Natanz, três pontos-chave do programa nuclear iraniano, desfazendo as dúvidas dos mais céticos sobre a sua intervenção ao lado de Israel. A partir da Casa Branca, o Presidente, Donald Trump, informou o mundo do ataque “bem-sucedido” e da destruição das instalações, alertando que haveria ataques adicionais caso o Irão retaliasse com as forças norte-americanas.
Israel avalia agora os danos dos ataques. Em conferência de imprensa, a meio desta manhã, o porta-voz militar de Israel, o brigadeiro-general Effie Defrin, adianta que os ataques foram realizados em coordenação com Israel.
Imagens de satélite do Planet Labs PBC analisadas pela Associated Press (AP) mostram danos nas entradas da instalação subterrânea nuclear de Fordow e na encosta da montanha após o ataque aéreo em 22 de junho de 2025.
Reagindo aos ataques, Abbas Araghchi, ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, considerou este domingo que “os próprios EUA lançaram uma guerra perigosa contra o Irã”. Revelou também que ainda hoje viajará para Moscovo para se encontrar com o presidente russo, Vladimir Putin. “Desfrutamos de uma parceria estratégica e sempre nos consultamos e coordenamos as nossas posições”, afirmou, referindo-se à Rússia.
Já o embaixador do Irão nas Nações Unidas pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança para o que descreveu como “ataques hediondos e uso ilegal da força” dos EUA contra o seu país. Numa carta citada pela AP, o embaixador Amir Saeid Iravani, escreve que o órgão mais poderoso da ONU deve “tomar todas as medidas necessárias” para responsabilizar os EUA.
Segundo a AP, a Grã Bretanha foi notificada com antecedência dos ataques do Irão, embora não soubesse o momento exato em que ocorreriam.
Depois dos ataques, o PM israelita, Benjamin Netanyahu, tornou pública uma mensagem de vídeo dirigida a Trump, na qual afirma: “a América demonstrou ser verdadeiramente inigualável e fez o que nenhum outro país no mundo poderia fazer”.
O presidente de Israel, Isaac Herzog, também agradeceu a Donald Trump, considerando que os ataques marcaram um “momento decisivo entre o eixo do terror e do mal e o eixo da esperança”.
No rescaldo do ataque a Fordow, Isfahan e Natanz, a Agência Internacional de Energia Atômica esclareceu que não houve “nenhum aumento nos níveis de radiação fora do local” após ataques aéreos dos EUA em instalações nucleares iranianas.
O Irão confirmou o mesmo. Através do Centro Nacional do Sistema de Segurança Nuclear, que faz parte da Organização da Energia Atómica do Irão, informou, que “não foi detetado qualquer sinal de contaminação (…), pelo que não existe qualquer perigo para as pessoas que vivem nas imediações das instalações” de Fordo, Natanz e Isfahan.
A meio da manhã de domingo, há já várias reações ao ataque. A União Europeia, pela voz de Kaja Kallas, alta representante da União Europeia (UE) para as Relações Exteriores, apelou para que “todas as partes” deem “um passo atrás” para evitar uma nova escalada no Médio Oriente.
Por seu turno, Ursula Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, afirma que “é momento de o Irão se comprometer com uma solução diplomática credível”.
Nos Estados Unidos, a intervenção militar norte-americana levantou ondas de chpque, com congressistas republicanos e democratas a condenaram o ataque dos Estados Unidos, denunciando que a decisão foi inconstitucional e deveria ter passado pelo Congresso.
A resposta do Irão surgiu com duas vagas de mísseis em direção a Israel na manhã deste domingo. A primeira vaga foi composta por 22 mísseis e a segunda por cinco, o que foi apontado pela cadeia de televisão do Qatar, Al Jazeera, como o primeiro ataque duplo em tão curto espaço de tempo. Socorristas israelenses, citados pelo jornal The Times of Israel, contabilizaram, pelo menos, 86 feridos em Haifa.
A guerra entre Israel e o Irão deflagrou a 13 de junho com um ataque surpresa, para segundo as autoridades israelitas, evitar o que alegam ser a ameaça iminente de o Irão de construir uma bomba nuclear. O Irã retaliou com vários ataques de mísseis e drones em Israel, enquanto Israel continuou a atacar locais no Irão.
Segundo dados do Human Rights Activists, sediado em Washington, divulgados já este domingo, os ataques israelenses ao Irão mataram, pelo menos, 865 pessoas e feriram outras 3.396.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com