O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugeriu este domingo (22) que “uma mudança de regime” no Irão é possível apesar de vários funcionários do seu governo terem insistido que os ataques americanos contra instalações nucleares iranianas não tinham esse objetivo.
“Não é politicamente correto usar o termo ‘mudança de regime’, mas sim, o atual regime iraniano não pode fazer com que o Irão volte a ser grande. Por que não haveria uma mudança de regime? MIGA!!! [sigla para Make Iran Great Again]”, publicou Trump em sua plataforma Truth Social, ao fazer um trocadilho com seu famoso acrónimo Maga, como é conhecido o movimento ultraconservador americano “Make America Great Again” (fazer a América grandiosa novamente).
Sozinho, o Irão tem alguns caminhos. Um seria aceitar a capitulação proposta por Trump, que disse estar satisfeito com o que chamou de obliteração da “fortaleza nuclear” de Fordow, além das centrais de Natanz e Isfahan.
A história da República Islâmica, cujo ato fundador em 1979 foi a tomada da embaixada americana e a subsequente crise dos reféns, desautoriza em tese essa opção.
O aiatola Ali Khamenei é o segundo líder supremo do país desde a Revolução Islâmica de 1979 e ocupa o cargo mais alto desde 1989. Este está no centro de uma complexa rede de núcleos de poder concorrentes, tem poder de veto sobre qualquer questão de política pública e seleciona candidatos para cargos públicos.
Como chefe de Estado e comandante-chefe das Forças Armadas, incluindo a Guarda Revolucionária Iraniana (IRGC, na sigla em inglês), a sua posição tornou-o todo-poderoso. Durante anos, viveu na clandestinidade ou esteve na prisão. Foi preso seis vezes pela polícia secreta do xá e sofreu tortura.
Um ano após a Revolução Islâmica de 1979, o aiatolá Ruhollah Khomeini o nomeou líder da oração de sexta-feira da capital, Teerã. Khamenei foi eleito presidente em 1981, antes de ser escolhido por anciãos religiosos em 1989 como sucessor do aiatolá Khomeini, que havia morrido aos 86 anos.
A crise atual tem causas mais profundas, mas o seu gatilho foi o programa nuclear iraniano. Trump havia deixado em 2018 o acordo que trocava a promessa de Teerão de não desenvolver a bomba atómica pelo relaxamento de sanções econômicas.
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