O Banco de Portugal revelou os dados do sistema bancário português relativos ao 1.º trimestre de 2025.
Na conta de resultados o destaque vai para a rentabilidade. No 1.º trimestre de 2025, a rentabilidade do ativo (ROA) e a do capital próprio (ROE) reduziram-se face ao trimestre homólogo, para 1,29% (-0,11 pp) e 13,94% (-1,54 pp), respetivamente.
“A sua evolução refletiu a redução da margem financeira, em particular a diminuição de juros e rendimentos similares em empréstimos a empresas e particulares.”, refere o banco central.
Em sentido contrário, destacou-se a redução de provisões e imparidades. A redução do resultado de exploração, em percentagem do ativo médio, para 1,74% (-0,37 pp), resultou da redução da margem financeira e do aumento do ativo médio. Em dezembro o ROE estava em 15,1% e o ROA em 1,38%
Os resultados líquidos no primeiro trimestre ascendem a 6,08 mil milhões de euros. O que compara com 6,3 mil milhões no fim de dezembro e 6,27 mil milhões em março do ano passado.
Os empréstimos a clientes (líquidos de imparidades) ascenderam a 55,1 mil milhões de euros, o que compara com 55,4 mil milhões em dezembro de 2024 e com 55,6 mil milhões em março do ano passado.
O ativo total em março deste ano soma 476,0 mil milhões de euros, acima dos 468,3 mil milhões no fim de dezembro e dos 453,8 mil milhões em março do ano passado.
No 1.º trimestre de 2025, o ativo total aumentou 1,6%, destacando-se os contributos dos títulos de dívida (1,6 pp) e dos empréstimos a particulares (0,6 pp) e, em sentido contrário, das disponibilidades em bancos centrais (-1,0 pp), revela o banco central.
O rácio de transformação de depósitos em crédito manteve-se em 74,9%, refletindo contributos de magnitude semelhante dos depósitos de clientes (-1,0%) e dos empréstimos (0,9%). O financiamento junto de bancos centrais continuou a ter pouca expressão.
Já o rácio de cobertura de liquidez (LCR) reduziu-se 4,6 pp face a dezembro de 2024, para 267%. “Esta evolução refletiu a redução dos ativos de elevada liquidez (contributo de -3,0 pp), em particular das disponibilidades em bancos centrais, e o aumento das saídas de liquidez sobretudo associadas a depósitos não operacionais (de clientes financeiros e de outros clientes)”, refere o BdP.
Em termos de qualidade dos ativos, no 1.º trimestre de 2025, o rácio de empréstimos não produtivos bruto (NPL) diminuiu 0,1 pp, para 2,3%, refletindo a ligeira redução dos NPL num quadro de estabilização dos empréstimos produtivos. O rácio de NPL líquido de imparidades manteve-se em 1,1%.
Os rácios de NPL bruto das empresas (não financeiras) e dos particulares para habitação diminuíram para 4,0% (-0,2 pp) e 1,2% (-0,1 pp), respetivamente. No segmento de consumo e outros fins, o rácio aumentou ligeiramente para 6,2% (+0,1 pp).
O rácio de cobertura dos NPL por imparidade das empresas diminuiu para 60,4% (-1,7 pp), refletindo a diminuição proporcionalmente mais acentuada das imparidades acumuladas. Nos particulares, o rácio aumentou para 50,7% (+0,3 pp), refletindo o aumento das imparidades acumuladas (+0,2 pp) e a diminuição dos NPL (+0,1 pp).
O rácio de empréstimos em stage 2 (crédito sem incumprimento, mas onde foram identificados critérios de degradação de risco) diminuiu para 11,8% (-0,4 pp) nas empresas e manteve-se inalterado nos empréstimos a particulares, em 8,9%.
O custo do risco de crédito fixou-se em 0,14%, uma redução homóloga de 0,05 pp justificada pela diminuição das imparidades de crédito, ainda que registando um ligeiro aumento face ao final de 2024.
O rácio cost-to-income aumentou 3,5 pp face ao período homólogo, para 42,8%, refletindo um aumento dos custos operacionais (contributo de +2,2 pp), destacando-se os custos com o pessoal, e a redução do produto bancário (+1,4 pp).
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