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EDP vai ter robots a fazer manutenção em 25 centrais solares

Um drone identifica o que precisa de ser feito na manutenção das centrais solares e dá as ordens aos robots para avançarem: limpar painéis e cortar o mato. Tudo sem intervenção humana, permitindo reduzir custos de operação.
Avila. 20/06/2025. Robots parque hibrido de la Cruz de Hierro. Foto. Daniel Mora.
1 Julho 2025, 14h30

Drones a inspecionar centrais solares, robots a limpar os painéis e a cortar o mato. Podia ser no futuro, mas já é uma realidade.

De momento, a tecnologia ainda está a ser testada, mas vai avançar em força em 25 centrais solares da EDP em todo o mundo a partir de 2026, conseguindo reduzir em até 80% os custos de manutenção destas centrais.

“Este piloto é destinado às nossas centrais solares e o objetivo será no próximo ano termos já cerca de 25 a testar esta tipologia de solução”, disse hoje a administradora da EDP, Ana Paula Marques.

“Neste momento, estamos a testar maioritariamente na Europa, mas temos já também soluções de robotização a serem testadas no Brasil, em Singapura e os Estados Unidos para nós é uma geografia crítica e, portanto, todo este componente de robotização é algo para o qual estamos a olhar de forma transversal no grupo”, afirmou a responsável durante uma demonstração da tecnologia na central solar Cruz de Hierro/Villacastin na região de Ávila, em Espanha.

A companhia não revelou os valores de investimento no desenvolvimento destas tecnologias que foram feitas com a ajuda de vários parceiros incluindo a DTA.

“É um investimento muito focado numa plataforma de dados e de inteligência artificial, que faz a recolha de imagens para depois podermos ter instruções aos nossos robôs, sejam eles de limpeza, de controle de vegetação ou de controle via drones da parte termográfica”, explica Ana Paula Marques.

O drone é lançado e depois faz uma supervisão da central solar para detetar quais as zonas de mato que precisam de ser cortadas e quais os painéis que precisam de ser limpos. Depois, manda o relatório para a cloud que processa a informação para dar ordens às máquinas de limpeza e de corte para fazerem o seu trabalho… sem mão humano.

Existe um trabalhador por perto a monitorizar as operações, mas apenas devido às regras vigentes, não tendo nenhuma interferência na operação.

Sobre a redução prevista dos custos nas suas operações de manutenção e gestão das centrais, a gestora aponta que este segmento pesa 20% na tipologia de custos. “Quando falamos de uma redução até 80%, é sobre os 20%. Mas o grande enfoque do que estamos a fazer agora é para suprimirmos necessidades de mão de obra e conseguirmos ter condições mais interessantes para os colaboradores em situações de temperaturas muito elevadas ou em localizações mais remotas”.

As centrais de Cruz de Hierro/Villacastin são dois dos projetos híbridos da EDP em Espanha, onde conta com mais de 100 megawatts híbridos já em operação: Cruz de Hierro com 29 MW solar e eólica; Villacastin (Segóvia) com 28 MW; Castillo de Garcimunoz (Cuenca) com 46 MW.

A hibridização é um dos vários eixos estratégicos da companhia que promete apresentar as suas novas metas no Capital Markets Day que vai ter lugar a 6 de novembro.

“A hibridização é um eixo de aposta do Grupo EDP e, para isso, temos que conseguir garantir que também toda a parte dos licenciamentos avança em conformidade com isso, que, de um ponto de vista legislativo, temos uma legislação e regulação que promovam o investimento para conseguirmos garantir, efetivamente, que pomos esses projetos todos em marcha”, defendeu.

Sobre o apagão ibérico, com origem em Espanha a 28 de abril, a gestora não fez comentários, limitando-se a dizer que “as equipas trabalham com imensa proficiência em todas as circunstâncias, incluindo essas situações extremas e diria questão de parabéns na forma como foram capazes de endereçar essa situação e outras”.

Ana Paula Marques apontou que as “soluções de automatização e digitalização” são chave para o sistema ter “redes mais inteligentes, formas de atuação mais inteligentes e fazem parte daquilo que vai ser o desenvolvimento de atividade das várias indústrias e da energia”.

 

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