O mercado de M&A não demonstrou a performance esperada na primeira metade do ano devido ao contexto geopolítico, guerras tarifárias e instabilidade política. No entanto, os especialista que participaram esta manhã no painel “Tendências para M&A e private equity em Portugal” acreditam que o cenário será mais otimista até ao final de 2025.
“Sabemos que há liquidez e capital para consolidar o nosso tecido empresarial. Não obstante todos os fatores, há muita atividade de M&A em curso. Existe um bom pipeline, as operações estão a acontecer, embora estejam a demorar um pouco mais tempo do que estávamos habituados”, diz Mónica Moreira, managing partner da Delloite Legal, durante a Advisory Summit 2025, promovida pelo JE, com o apoio da EY Law, VdA, PLMJ e Morais Leitão, que se realiza na Católica Lisbon.
A especialista da Delloite Legal sublinha também o crescimento do interesse dos novos investidores corporate, sobretudo de Espanha, França e Alemanha, e que olham para o mercado nacional com bastante interesse. “Vejo muita apetência em vários setores, como o imobiliário, turismo, energias, industrial, agrobusiness e saúde. Temos um tecido empresarial que ainda tem um caminho para fazer mas existem muitas oportunidades de consolidação”, afirma Mónica Moreira, managing partner da Delloite Legal.
Stephan Moraes, presidente da Associação Portuguesa de Capital de Risco (APCRI), explica que as guerras tarifárias e as guerras reais não têm facilitado as operações de M&A. Além disso, o especialista alerta para o facto de haver um certo desencanto pelo País por parte dos agentes económicos. “As dificuldades nos aeroportos, licenciamento ou mudança de leis geram uma percepção superficial. A imagem não é boa”, diz o presidente da APCRI. “Há operações que não se concretizam ou demoram muito tempo por requisitos portugueses que derivam de diretrizes europeias. Temos de cumprir a lei, mas não podemos ter uma maior carga regulatória do que outros países”, acrescenta.
Apesar disso, Stephan Moraes sublinha que as mudanças geracionais na empresas nacionais e uma maior educação por parte de quem gere tem levado ao aumento da procura por capital privado. “Estamos a ficar um país mais sofisticado”, afirma. Reconhecendo que houve uma deterioração do ambiente de negócios com a administração Trump, o presidente da APCRI acredita que o futuro será mais positivo. “Há muitas empresas que estão a proporcionar mais capital para que as suas participadas façam mais operações no estrangeiro. O mercado português tem tendência para crescer”, realça.
Para ambos os especialistas presentes neste painel a estabilidade política em Portugal irá gerar maiores condições de investimento. “Se Portugal tiver a capacidade de oferecer boas condições de estabilidade e segurança oferecerá boas perspetivas de crescimento”, concluem.
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