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Francisco Assis: “O Almirante Gouveia e Melo é um candidato de plástico”

O eurodeputado do PS, Francisco Assis disse, em entrevista à Antena 1, que acredita que “vai haver uma grande surpresa” nas presidenciais: “Acho que o Almirante Gouveia e Melo não vai à segunda volta”. O socialista considera que deve haver uma segunda volta nas eleições presidenciais com António José Seguro e Luís Marques Mendes, sendo que no final acaba por vencer António José Seguro. Francisco Assis considerou que Gouveia e Melo “não tem a menor preparação para o desempenho de um cargo político” como o de Presidente da República.
Cristina Bernardo
2 Julho 2025, 11h42

Em entrevista à Antena 1 o eurodeputado do PS, Francisco Assis, considerou que o candidato presidencial, Henrique Gouveia e Melo, é um “candidato de plástico”. Durante a entrevista o socialista deixou ainda várias críticas ao Governo de António Costa, poupou José Sócrates, e abordou os vários conflitos internacionais.

Francisco Assis disse, na mesma entrevista à Antena 1, que acredita que “vai haver uma grande surpresa” nas presidenciais: “Acho que o Almirante Gouveia e Melo não vai à segunda volta”, afirmou o eurodeputado socialista.

O socialista considera que deve haver uma segunda volta nas eleições presidenciais com António José Seguro e Luís Marques Mendes, sendo que no final acaba por vencer António José Seguro.

Para Francisco Assis, Gouveia e Melo “não é um General De Gaulle, que salvou a França, nem um General Eanes, que contribuiu” para a Democracia em Portugal. O eurodeputado do PS defendeu que Gouveia e Melo “perde votos sempre que fala porque não tem cultura nem dimensão políticas” acrescentando que Gouveia e Melo “não tem a menor preparação para o desempenho de um cargo político” como o de Presidente da República.

Francisco Assis diz, à Antena 1, que o candidato do PS às presidenciais está “encontrado. O eurodeputado adianta que os militantes do PS querem António José Seguro como o presidencial indicado pelo partido, e alerta que “não há líder de um partido que sobreviva um dia mais que seja” se for contra os militantes.

“Eu não tenho a mais pequena dúvida de que o PS, quando tiver que tomar uma posição, vai apoiar António José Seguro”, disse Francisco Assis, à Antena 1.

Eurodeputado critica António Costa

Francisco Assis acusou António Costa de ter “mentido” e defendeu que a governação do PS dos últimos anos contribuiu para o estado atual do partido.

O socialista acusou o PS de “não ter falado verdade” em determinados momentos ao país. Um dos exemplos dado pelo eurodeputado socialista foi quando António Costa disse que a austeridade tinha acabado.

Francisco Assis disse ainda que quando o PS afirmou que a austeridade foi uma invenção de Passos Coelho, da Direita e da Comissão Europeia “isso não era verdade”, acrescentando que os governos do PS “não romperam em absoluto com essa austeridade, alteraram a natureza da austeridade” através de métodos como por exemplo as cativações e o “eleitorado acabou por ter essa perceção”.

Para Francisco Assis o PS tornou-se num partido “instalado” de “gestão do poder” e com “pouca capacidade” de transformar. O socialista disse também que o resultado alcançado pela força partidária, nas últimas legislativas, onde passou a terceira força política no Parlamento, foi uma “derrota brutal”.

Para o socialista o partido tem pela frente um “horizonte complicado”. Francisco Assis disse acreditar que a força partidária “está a reagir” e considerou que as eleições autárquicas vão permitir perceber “até que ponto existe uma erosão estrutural e profunda do PS e até que ponto há uma implantação real do Chega na sociedade portuguesa”.

Francisco Assis recusou responsabilizar Pedro Nuno Santos pelo resultado do PS nas legislativas, dizendo que Pedro Nuno Santos foi “um bom líder”, com um “comportamento exemplar”, acrescentando que Pedro Nuno Santos “não poderia ter agido de outra forma”.

Na entrevista à Antena 1, Francisco Assis abordou também José Sócrates. “É muito difícil fazer uma apreciação objetiva e lúcida da ação de José Sócrates pelas circunstâncias em que está envolvido”, disse o eurodeputado socialista.

Francisco Assis considera que existe um “fantasma” e uma “névoa” em redor de José Sócrates, sublinhando que só quando essa névoa desaparecer “será possível perceber” o legado de José Sócrates como primeiro-ministro.

Relativamente à imigração, o eurodeputado eleito pelo PS, considera que o Governo, liderado por Luís Montenegro, está a seguir o caminho da “demagogia criminosa” e o discurso da extrema-direita.

Francisco Assis diz que o PS tem de ser “radical” na matéria da imigração dizendo ao Governo que “não aceita este caminho, e que não está disponível para pactuar com este tipo de discurso”.

Para Francisco Assis o desinvestimento público no país, dos Governos de António Costa, pode ter “prejudicado” as respostas sociais e de integração dos imigrantes que chegaram a Portugal. O socialista disse também que “ainda não percebeu” a extinção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), feita no Governo de António Costa, afirmando que essa extinção foi “repentina”.

Francisco Assis disse concordar com a criação da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), e lamentou que a antiga ministra dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, sobre a qual recaia a pasta da imigração, tenha sido “injustamente tratada”.

O socialista considera que a imigração tem de ser tratada com “inteligência”, e acrescenta que a Europa “precisa de imigrantes, a Europa suicida-se se não tiver imigrantes, Portugal suicida-se se não tiver imigrantes”.

Francisco Assis disse acreditar que José Luís Carneiro é o líder socialista certo para fazer oposição ao discurso de ódio da extrema-direita em Portugal. “Tem uma noção muito exata da forma como se deve combater esse discurso”, referiu o eurodeputado do PS, que sublinhou que José Luís Carneiro “não vai ceder um milímetro que seja” no tema.

O socialista defendeu também que o Estado precisa de uma reforma e que o PS deve dialogar sobre o assunto. “Não creio que o PS deva ter uma atitude fechada. Temos que avaliar”, disse Francisco Assis. O socialista deixou um elogio à criação de um ministério, dedicado à reforça do Estado, e disse também que essa até poderia ter sido uma ideia do PS.

Francisco Assis abordou também os conflitos internacionais. Sobre o tema o eurodeputado socialista referiu que a Europa “não se cala” em Gaza, acrescentando que a Europa “tem substituído” os Estados Unidos na defesa da Ucrânia. Quanto ao Irão considerou que é “uma questão complexa”.

O socialista disse que o Irão é “um dos regimes mais detestáveis que existem à face” da Terra. Relativamente ao ataque de Israel ao Irão disse que “o problema desta intervenção é ser feita na mesma altura em que Israel se está a comportar de forma miseravelmente com Gaza”.

Francisco Assis acrescentou que “se não fosse nessa altura nós todos provavelmente estaríamos a aderir a esta iniciativa”.

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