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Pré-candidato a presidenciais brasileiras avisa Portugal para não baixar a guarda contra o PPC

Em conferência de imprensa, questionado pela Lusa, Ronaldo Caiado frisou que o Primeiro Comando Capital, mais conhecido como PCC, “passou a recrutar em maior número aqui em Portugal”.
2 Julho 2025, 18h00

O pré-candidato anunciado às presidenciais brasileiras de 2026 Ronaldo Caiado, governador do estado de Goiás, advertiu hoje as autoridades portuguesas “que não baixem a guarda” contra organizações criminosas brasileiras que estão a instalar-se com força em Portugal.

Em conferência de imprensa, questionado pela Lusa, Ronaldo Caiado frisou que o Primeiro Comando Capital, mais conhecido como PCC, “passou a recrutar em maior número aqui em Portugal”.

“O PCC hoje está instalado em 24 países e o maior país da Europa (em que está) é aqui em Portugal”, e “com a facilidade da língua eles vão invadir muito mais”, advertiu o pré-candidato presidencial, um dos principais nomes para assumir o ‘bolsonarismo’ nas eleições presidências de 2026.

As autoridades brasileiras já admitiram a existência de membros da organização criminosa brasileira Primeiro Comando da Capital (PCC) e do Comando Vermelho em Portugal.

O PCC surgiu há três décadas nas prisões de São Paulo e está presente em todo o território brasileiro e grande parte da América do Sul, especialmente Paraguai e Bolívia.

Já o Comando Vermelho foi criado em 1979 nas prisões do Rio de Janeiro e é hoje uma das organizações criminosas mais perigosas do mundo.

“Se não tiver uma polícia muito articulada, que sejam rígidos para que possam combatê-los, eles daqui a uns dias estarão promovendo aquilo que promovem no Rio de Janeiro, do Nordeste brasileiro, em vários estados brasileiros”, considerou.

Conservador, filiado na União Brasil, partido de direita que detém uma das maiores bancadas no parlamento do país sul-americano, Caiado apresenta-se para disputar o cargo mais alto do executivo brasileiro num momento em que o atual Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, goza baixa popularidade.

As forças de direita ainda não designaram um sucessor para o ex-Presidente Jair Bolsonaro, que está impedido de se candidatar devido a problemas com a justiça. Sobre esta questão, Caiado tem referido que se ganhar amnistia Bolsonaro.

A segurança pública é uma das áreas que mais preocupam os brasileiros e deve ser um dos temas centrais nos debates das eleições que acontecerão em outubro de 2026.

Caiado, médico, de 75 anos, está envolvido na política brasileira desde a década de 1980. Já foi candidato à Presidência do Brasil em 1989, eleição em que obteve menos de 1% dos votos e na qual o ex-Presidente Fernando Collor de Mello foi eleito.

O Governador de Góias participa desde hoje e até sexta-feira no XIII Fórum Lisboa, que reúne dezenas de autoridades brasileiras, entre as quais juízes das mais altas instâncias, ex-presidentes, líderes do Congresso e ministros do Governo de Lula da Silva.

Entre hoje e sexta-feira, Lisboa torna-se numa espécie de segunda capital brasileira com a presença de várias das principais personalidades dos três poderes brasileiros, num evento organizado pelo juiz do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, intitulado de “O mundo em transformação — Direito, Democracia e Sustentabilidade na Era Inteligente”.

De acordo com a organização, serão realizados 57 painéis, com 500 palestrantes, com uma estimativa de 2.500 participantes.

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