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Gigante turístico espanhol estuda oportunidade em Moçambique

O Barceló é um dos 30 maiores grupos turísticos e hoteleiros mundiais – e segundo maior em Espanha -, operando mais de 300 hotéis, com 60.000 quartos, em 28 países, além de 700 agências de viagens em quatro países, incluindo uma companhia aérea interna, tendo faturado quase 4.275 milhões de euros em 2023.
2 Julho 2025, 17h40

O grupo turístico espanhol Barceló, um dos 30 maiores do mundo, estuda ter um hotel em Moçambique e avançar com voos de Madrid e Lisboa para Maputo, disse o líder da empresa, após reunir com o Presidente moçambicano.

“A primeira coisa é certamente ir ao país, conhecê-lo. Somos uma empresa hoteleira que trabalha não só com hotéis de férias, mas também com hotéis urbanos. Gostamos de poder oferecer aos nossos clientes a combinação de experiências citadinas e destinos de praia. Assim, o primeiro objetivo seria ter um hotel na capital e ter um projeto a desenvolver numa praia do oceano Índico”, explicou o copresidente do grupo, Simón Pedro Barceló, após um encontro, em Sevilha, com o Presidente moçambicano, Daniel Chapo.

“Isso seria do maior interesse. E se gerarmos procura a partir de Espanha e Portugal, obviamente que voarmos diretamente de Madrid ou Lisboa para Maputo para ligar Espanha ao destino”, acrescentou, em declarações no final do encontro com Daniel Chapo, que está em Sevilha para a IV Conferência da ONU sobre o Financiamento ao Desenvolvimento.

O Barceló é um dos 30 maiores grupos turísticos e hoteleiros mundiais – e segundo maior em Espanha -, operando mais de 300 hotéis, com 60.000 quartos, em 28 países, além de 700 agências de viagens em quatro países, incluindo uma companhia aérea interna, tendo faturado quase 4.275 milhões de euros em 2023.

Segundo Simón Pedro Barceló, o encontro com Chapo permitiu “perceber um pouco da visão do Presidente em relação ao turismo” em Moçambique: “E pude transmitir ao Presidente o nosso interesse enquanto empresa de turismo em crescimento em valorizar e conhecer Moçambique com maior profundidade e, naturalmente, valorizar a nossa presença no país”.

Recordou que o grupo atua em “duas grandes áreas de atividade”, hoteleira e de agência de viagens, com operador turístico e companhia aérea, pelo que está “sempre interessado em encontrar novos destinos” para desenvolver a presença comercial, “novos hotéis, onde incorporar hotéis já existentes e também novos destinos”, para os “clientes em Espanha e Portugal”.

“Entre eles, voamos para as Maurícias, no oceano Índico, temos um projeto que vamos começar a construir em Zanzibar no próximo ano, já temos uma presença nas Maldivas, por isso o Oceano Índico é um destino de interesse para nós e esperamos poder ir a Moçambique em breve e ver em primeira mão as oportunidades que o país oferece”, concluiu.

As receitas de Moçambique com turistas estrangeiros ultrapassaram os 200 milhões de euros em 2024, mas o Governo prevê chegar aos 360 milhões de euros em 2029, com a contribuição do setor a aumentar para 6% do PIB.

“Atrair grandes eventos internacionais, posicionando o país como um destino atrativo para o turismo de negócios e de eventos e outros investimentos”, e “fomentar mecanismos de marketing turístico, com forte aposta na componente digital” são algumas das prioridades definidas pelo Governo para o setor no Programa Quinquenal do Governo (PQG) 2025-2029.

Trata-se do primeiro PQG do Executivo liderado pelo Presidente, documento entretanto aprovado pelo parlamento e que aponta que o volume de receitas do turismo internacional ascendeu em 2024 a mais de 221,2 milhões de dólares (203,9 milhões de euros), prevendo a meta de 391,9 milhões de dólares (361,3 milhões de euros) em 2029.

Segundo as previsões do Governo, a contribuição do turismo para o Produto Interno Bruto (PIB) deverá passar dos 4,02% em 2024 para 6,0% em 2029, no final deste PQG, com o número de trabalhadores ao serviço no setor a crescer de 14.603 para 22.115 no mesmo período.

Em 2021, o setor valia 2,46% do PIB e dois anos depois o número de chegadas ao país disparou para mais de 870 mil, sendo 87% provenientes do continente africano e 6% da Europa, nomeadamente Portugal, então impulsionada decisão de isenção de vistos para turistas de 29 países, no quadro das medidas de aceleração económica definidas pelo Governo.

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